26/08/2021 às 11h28min - Atualizada em 26/08/2021 às 11h28min

Conheça os mais novos golpes virtuais e saiba como se prevenir

Boletos bancários, Venda de veículos, Atualização de dados, Vacinas e outras iscas utilizadas pelos bandidos.

No período de pandemia, houve um grande crescimento do relacionamento da população com o meio digital, tornando maiores os golpes virtuais nos meios eletrônicos, como celular ou internet, onde são realizadas as transações financeiras, de trabalho, compras, etc.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no primeiro bimestre de 2021 os ataques de phishing, a chamada pescaria digital, cresceu 100% em relação ao ano passado, enquanto os golpes da falsa central telefônica e falso funcionário de banco tiveram crescimento ainda maior, de 340%.

O advogado especialista em direito digital, Francisco Gomes Júnior, explica algumas das “iscas” que golpistas usam para conseguir vantagem na internet, e que tem feito muitas vítimas:

PHISHING: o golpe que depende de um clique em um link malicioso. Os mais comuns são mensagens (por E-mail, SMS e aplicativos) sobre temas como Covid, Auxílio Emergencial, Bolsa Família, avisos de cobrança bancária e outros.

“Recentemente surgiram e-mails e mensagens por WhatsApp informando sobre a terceira dose da vacina e solicitando que você clique em um link para inscrever-se, não clique, isso é golpe de phishing e ao clicar no link você permite a extração de dados de seu celular ou computador”, alerta o advogado.

PIX: como todos sabemos, o PIX, que começou a funcionar em novembro de 2020, veio facilitar transferências e pagamentos por meio digital. O dinheiro é transferido instantaneamente de uma conta para outra. Os bandidos enxergaram nessa rapidez de mudança de mãos do dinheiro, mais uma oportunidade de fraude.

“A maioria absoluta das pessoas usam como chave do PIX, o CPF/CNPJ, número do celular ou e-mail. O mais seguro é usar chaves aleatórias no cadastro, que são mais difíceis de acessar e podem trazer maior segurança”, explica Francisco.

WHATSAPP: o golpe do WhatsApp vem se tornando comum. Por algum descuido do dono do celular, o bandido obtém o código que permite a ele criar uma conta no aplicativo vinculada a você. Ele irá através dessa conta comunicar-se com seus contatos e depois de alguns dias, ele dirá que mudou o número, que precisa fazer um pagamento ou transferência e está sem sinal ou com qualquer outra dificuldade naquele momento e pedirá a você para fazer a operação e que logo em seguida irá reembolsá-lo. O golpe está dado.

“Quando receber o aviso de algum amigo de que o número de celular mudou, pedindo dinheiro, confirme com ele, faça uma ligação telefônica ou mande um e-mail. Nesta semana surgiram mensagens de um número que se diz central de atendimento do aplicativo, requerendo dados para habilitação da função WhatsApp Pay, isso é fraude, o aplicativo não exige isso”, avisa o especialista.

GOLPE BANCÁRIO: neste golpe, a vítima recebe algum contato (telefônico, por E-mail ou SMS) dizendo que ele deve realizar uma dessas tarefas: atualização do cadastro junto ao banco; depósito para cobrir a conta que está sem fundos; confirmação de dados para receber uma comunicação urgente; dar um clique para verificar dívida em seu nome ou para ver o motivo que seu nome foi inscrito no SPC e no SERASA; dentre outros.

“Os bancos não utilizam esse tipo de comunicação. Sempre ligue para a sua agência bancária antes de realizar qualquer operação ou fornecer qualquer dado”, diz Gomes.

GOLPE DO BOLETO BANCÁRIO: Boletos falsos são utilizados para que você realize pagamentos que terão como destino contas de bandidos e laranjas.

É possível conferir a autenticidade do boleto com alguns pequenos cuidados: a) o número do código de barras se inicia com o número de seu banco; b) o boleto contém o campo “nosso número”, parte desse número deverá estar repetido no código de barras; c) da mesma forma, o código do cedente também estará presente no código de barras.


VENDA DE VEÍCULOS: tipo de golpe com grande crescimento. Existem algumas modalidades desse golpe e o mais comum deles é o de anúncio de um veículo com valor muito abaixo ao de mercado (tabela FIPE). O carro, geralmente, nem pertence ao golpista, que apenas pegou um anúncio real de venda, ligou para o vendedor e conseguiu dados e mais fotos do veículo e depois criou um anúncio falso.

Nunca faça nenhum pagamento sem ter o veículo em mãos e a documentação para transferência do veículo para seu nome. Verifique junto ao Detran se quem está vendendo o carro realmente é seu proprietário.

“Outros golpes também acontecem em menor escala, mas que podem causar prejuízo: a) o golpe do produto em seu nome nos Correios – não clique no link; b) o golpe da encomenda do exterior que necessita de pagamento de taxa – não clique no link; c) o golpe do amor: cuidado ao conhecer alguém na internet. Não faça transferências de dinheiro, o risco é grande. Todo cuidado é pouco”, finaliza o advogado.

Francisco Gomes Júnior, pré-candidato à presidência da OAB/SP. Advogado sócio da OGF Advogados, formado pela PUC-SP, pós-graduado em Direito de Telecomunicações pela UNB e Processo Civil pela GV Law – Fundação Getúlio Vargas. Foi Presidente da Comissão de Ética Empresarial e da Comissão de Direito Empresarial na OAB/SP. Instagram: fgjr


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