23/08/2021 às 20h04min - Atualizada em 23/08/2021 às 20h04min

Subprocuradores acusam Aras de desviar ilegalmente notícia-crime contra si para o Senado

“O fato é de estarrecer”, define o grupo de subprocuradores em mandado de segurança apresentado ao STF. Eles dizem que o processo, que deveria ser analisado pelo Conselho Superior do MP, foi indevidamente encaminhado ao Senado por interferência de Aras.

Cinco subprocuradores da República entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a imediata distribuição de notícia-crime contra o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o vice-procurador, Humberto Jacques de Medeiros, por prevaricação, segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Na peça, distribuída para o ministro Dias Toffoli, os subprocuradores acusam Aras e Jacques de abuso de poder. Eles afirmam que ambos interceptaram pedido de investigação contra si próprios e o desviaram para o Senado de forma ilegal.

O pedido foi protocolado na tarde desta segunda-feira (23), quase ao mesmo tempo em que o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinava pelo arquivamento de outra notícia-crime também contra Aras e também por prevaricação, mas apresentada por senadores.

“O grupo de subprocuradores encabeçado por José Bonifácio de Andrada afirma que a notícia-crime foi indevidamente encaminhada do Conselho Superior do Ministério Público para o Senado por um de seus alvos, o vice de Aras, Humberto Jacques”, diz o texto de Malu.

Pela lei que rege os procedimentos do Ministério Público, é dever do Conselho Superior investigar eventuais crimes do procurador-geral da República.

Apesar de o caminho correto da petição ser, portanto, a distribuição para algum membro do Conselho do Ministério Público, a notícia-crime, “por razões misteriosas e ainda não esclarecidas”, foi enviada pela secretária do Conselho para o gabinete do PGR, o alvo da denúncia. “O fato é de estarrecer”, definem os subprocuradores.

De acordo com relato do grupo, a notícia-crime foi movimentada seis vezes em 24 horas no sistema interno do MP. Todas as movimentações ocorreram no gabinete de Aras ou na secretaria do Conselho.

Os subprocuradores querem que o STF dê liminar para que a petição volte a ser analisada pelo Conselho Superior do Ministério Público.


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