08/08/2021 às 12h46min - Atualizada em 08/08/2021 às 12h46min

“Não há diálogo com quem pretende destruir a democracia”, diz editorial do jornal O Estado de S. Paulo

“Ante o derretimento de sua popularidade e de suas imensas dificuldades políticas, é certo que Bolsonaro, ao mesmo tempo que entrega o governo ao fisiologismo do Centrão, vai tramar situações para criar ainda mais tumulto”, destaca o jornal.

O jornal O Estado de S. Paulo afirma, em editorial publicado neste domingo (8), que a “reação da sociedade e das instituições democráticas aos arreganhos golpistas do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) dos últimos dias deixa claro que não há diálogo possível com quem pretende destruir a democracia brasileira”.

“Depois de inúmeras agressões de Bolsonaro às instituições democráticas, a linha vermelha parece ter sido afinal cruzada quando, na quarta-feira passada, o presidente ameaçou explicitamente agir à revelia da Constituição, perturbando as eleições de 2022 para impor suas vontades. Ao fazê-lo, espalhando informações comprovadamente falsas a respeito do sistema de votação, ofendeu ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, além de colocar em dúvida a honestidade dessas Cortes”, escreve o editorialista.

“Ante o derretimento de sua popularidade e de suas imensas dificuldades políticas, é certo que Bolsonaro, ao mesmo tempo que entrega o governo ao fisiologismo do Centrão, vai tramar situações para criar ainda mais tumulto, pois a estabilidade, ao baixar a maré, deixaria evidente sua monumental mediocridade como político e como governante”, ressalta um trecho do texto.

“Até aqui, as seguidas derrotas de Bolsonaro no Supremo e no Congresso – a mais recente foi a derrubada do famigerado projeto que instituiria o voto impresso – foram incapazes de fazê-lo recuar. Ao contrário: o presidente as transforma em provas de que é vítima de ‘pessoas que desejam a cadeira do poder por ambição’, como disse em recente discurso. Na mesma ocasião, Bolsonaro lembrou a Canção do Exército, ao dizer que, ‘se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor’. Ultraje à Pátria – e à democracia – é a presença de Jair Bolsonaro na Presidência da República”, finaliza o editorial.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp