16/07/2021 às 16h07min - Atualizada em 16/07/2021 às 16h07min

Maioria dos brasileiros acha que Bolsonaro demorou para comprar vacinas, diz pesquisa feita pelo Senado

De acordo com o Instituto de Pesquisa DataSenado, ligado ao Senado, mais de 70% dos brasileiros acham que a vacinação começou tarde no país. Dentre os que viram demora, 74% apontaram Jair Bolsonaro como principal responsável.

A maioria dos brasileiros crê que houve uma demora na compra de vacinas no país, atribuindo a culpa principalmente à Jair Bolsonaro (Sem Partido), e avaliando que, se o Brasil tivesse adquirido os imunizantes mais cedo, o número de mortes seria menor.

Em geral, os brasileiros têm muito ou um pouco de medo da doença, e avaliam que a vida piorou depois da pandemia. Dentre os que acompanham o trabalho da CPI da Pandemia no Senado, a maioria acredita que sua criação foi muito importante para o país. Essas são algumas conclusões de levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa DataSenado, que é ligado ao Senado.

De acordo com a pesquisa, 73% acreditam que a compra de vacinas começou muito tarde, 22% no momento certo, e 3% mais cedo do que deveria. Dentre os que acham que houve demora, 74% apontaram o Bolsonaro como principal responsável, e 97% avaliaram que que, se as vacinas tivessem sido compradas antes, o número de mortes seria menor. Cruzando os dados, a pesquisa aponta que mais da metade dos brasileiros acreditam que Bolsonaro demorou a adquirir vacinas.

Foram apontados como responsáveis pelo atraso na compra de vacinas:

  • Bolsonaro: 74%
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): 8%
  • Congresso: 6%
  • governadores: 4%
  • outros: 1%
  • não souberam ou não responderam: 6%

Os pesquisadores também perguntaram quem é o principal responsável pelo desempenho do país no combate à pandemia, mas sem fazer juízo de valor sobre a qualidade desse trabalho, e o presidente novamente apareceu na frente:

  • Bolsonaro: 40%
  • a própria população: 32%
  • governadores: 12%
  • Congresso Nacional: 6%
  • prefeitos: 3%
  • não souberam ou não responderam: 6%

De acordo com a pesquisa, a maioria acha que, depois da pandemia, a vida está:

  • pior: 61%
  • igual: 31%
  • melhor: 7%
  • não souberam ou não responderam: 1%

Na comparação entre 2020 e 2021, mais pessoas acham que este ano está pior do que o passado - 40% - do que os que pensam que houve melhora - 34%.

Questionados se têm medo da doença, os entrevistados responderam:

  • muito medo: 42%
  • um pouco de medo: 32%
  • nenhum medo: 25%
  • não souberam ou não responderam: 1%.

Segundo a pesquisa, 73% sabem da existência da CPI. Dentre os que têm conhecimento da comissão, 67% acompanham os trabalhos. E, dentre os que acompanham, 66% dizem que a criação da CPI foi muito importante para o país, 14% acham que foi pouco importante, 19% entendem que não foi nada importante, e 1% não respondeu.

A corrupção na compra de vacinas, que é a principal linha de investigação da CPI no momento, é o assunto mais conhecido dentre os que acompanham a comissão, tendo sido citado por 84%. As denúncias de irregularidade na negociação da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, e as tratativas com uma empresa intermediária que dizia ter doses da AstraZeneca foram os pontos mais lembrados.

Na sequência, com 52%, está o uso de remédios sem comprovação científica no tratamento precoce. Em terceiro lugar, a existência do chamado gabinete paralelo para auxiliar o presidente na política de enfrentamento à pandemia, com 48%.

A pesquisa também mostrou que 76% daqueles que têm acompanhado a CPI souberam da prisão do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, determinada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD).

O levantamento ouviu 1471 pessoas de 16 anos ou mais na terça e quarta-feira desta semana, levando em conta critérios como renda, escolaridade, faixa etária, sexo, cor da pele, e região onde vivem. As entrevistas foram feitas por telefone. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro varia de acordo com o tamanho das amostras: vai de 0,2 a 7,2 pontos percentuais.


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