O índice de letalidade registrado em junho caiu para zero em 15 batalhões da Polícia Militar de São Paulo após os policiais passarem a utilizar câmeras corporais, as chamadas body cams, que gravam o trabalho dos agentes sem a possibilidade de interrupção. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, ao longo do mês de maio, essas mesmas unidades haviam registrado 19 mortes em confrontos e outras 18 em junho de 2020.
A adoção do equipamento também impactou na queda geral da letalidade policial no Estado. A taxa despencou 54% em comparação com maio de 2021 e 53% em relação a junho de 2020. Nos primeiros cinco meses de 2021, a PM matou, em média, 50 pessoas por mês. Somente em junho, foram registrados 22 óbitos, 6 deles na capital. Em todos os casos, os policiais sustentam que as mortes ocorreram em confrontos. As unidades envolvidas nas ocorrências não utilizavam as body cams.
Ainda conforme a reportagem, na semana passada, a PM fechou um acordo com o Tribunal de Justiça (TJ) para que os vídeos sejam utilizados pelos juízes durante as audiências de custódia, de maneira a averiguar a regularidade da prisão e a periculosidade dos suspeitos. O programa, porém, encontra resistências da chamada bancada da bala e de lideranças bolsonaristas.