18/11/2019 às 15h07min - Atualizada em 18/11/2019 às 15h07min

General que exigiu renúncia de Morales se aposenta e vai morar nos EUA

General Williams Kaliman, que integrava o alto Comando das Forças Armadas da Bolívia e foi às redes de televisão exigir a renúncia do presidente eleito Evo Morales no dia 10 de novembro, se aposentou e vai morar nos EUA.

Poucos dias depois daquele domingo (10) em que entrou para a história do seu país como mais um militar golpista, entre tantos outros que a Bolívia já teve, o general Williams Kaliman deixou de ser militar.

A notícia chegou à grande imprensa de outra forma, como se fosse uma demonstração de força da presidente autoproclamada (sem quórum mínimo da Assembleia Nacional) Jeanine Áñez, que substituiu na quarta-feira (13) todo o alto comando das Forças Armadas. A verdade, no entanto, é que naquele momento Kaliman já havia formalizado seu pedido de aposentadoria e preparava sua saída do país.

Sim, o agora ex-militar está em processo de mudança para os Estados Unidos, onde passará a viver, em cidade ainda desconhecida, segundo o site Resumen Latinoamericano.

A passagem de Kaliman pelo comando das Forças Armadas bolivianas não foi muito longa: ele assumiu o cargo em dezembro de 2018, chamando o presidente Evo Morales de “irmão”, e agradecendo porque “o maior privilégio que já recebi na vida é o que você está me concedendo hoje”.

Na mesma cerimônia, ele se definiu como “um soldado do processo de mudança”, supostamente em referência às transformações realizadas pela gestão de Evo - hoje, talvez podemos supor que falava em outro tipo de mudança.

Em agosto, durante a celebração do Dia das Forças Armadas, evento no qual estava novamente acompanhado do presidente Evo Morales, Kaliman declarou que: “nós (os militares como ele) nascemos durante a luta contra a colônia e morreremos anticolonialistas, porque é a nossa missão, nosso orgulho e nossa razão de viver”.

Também afirmou que “as Forças Armadas são do povo e trabalham para o povo e por isso apoiamos a nacionalização do petróleo e do gás e as políticas de Estado que favorecem os mais necessitados”.

As palavras recentes de Kaliman podem tornar sua traição surpreendente, mas uma análise em seu currículo revela que havia indícios para desconfiança.

O agora ex-general realizou diversos cursos no exterior, sobretudo relacionados à inteligência militar. E ao menos um desses estudos se destaca sobre os demais: sim ele foi aluno da famosa escola de Fort Benning, mais conhecida como Escola das Américas, durante o ano de 2004, segundo confirma um relatório da ONG Observatório da Escola das Americas (School of Americas Watch).

Outra curiosidade desse informe é que Kaliman passou por esse treinamento nos Estados Unidos no ano de 2004. Por que é curioso? Adivinhem quem era o presidente da Bolívia naquela época? A resposta é: Carlos Mesa.


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