29/06/2021 às 17h59min - Atualizada em 29/06/2021 às 17h59min

Ministério da Saúde suspende contrato da Covaxin por suspeita de corrupção

À CPI da Pandemia, servidor do Ministério da Saúde e deputado irmão dele apontaram indícios de corrupção.

Os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU), anunciaram nesta terça-feira (29) a suspensão do contrato de compra da vacina indiana Covaxin.

O contrato da Covaxin se tornou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado depois que o servidor Luis Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, e o irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM), denunciaram “pressão atípica” dentro da pasta pela aceleração da compra da vacina.

O ministro Wagner Rosário afirmou que o contrato permanecerá suspenso enquanto a CGU estiver realizando, por meio de auditoria, uma “revisão do processo” de aquisição da vacina, a fim de identificar eventuais irregularidades.

“O tempo de suspensão vai durar tão somente durante o prazo de apuração. Nós colocamos a equipe para fazer uma apuração, uma equipe reforçada para ser bastante célere nesse processo e esperamos em não mais de dez dias ter uma resposta sobre essa análise”, disse Rosário.

Em depoimento à CPI, os irmãos Miranda disseram ter procurado o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) para informar sobre suspeitas de corrupção em relação à compra de 20 milhões de doses do imunizante. Em contraste com a negociação de outras vacinas, a da Covaxin envolvia uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. Bolsonaro confirmou o encontro com os dois irmãos, mas negou que eles tivessem relatado suspeitas de corrupção.

Queiroga disse que o Ministério da Saúde vai fazer uma “apuração administrativa”, embora, em nota, a pasta tenha informado que não identificou irregularidades no contrato. A decisão de suspender o contrato, segundo a nota, terá por objetivo fazer uma “análise mais aprofundada”.


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