Convidamos Caroline Tussand, produtora de eventos LGBTQIA+ no Rio de Janeiro e uma das sócias do Portal Rio para contar tudo sobre a data que é motivo de orgulho para LGBTs do mundo todo.
“Tudo acontece no final da década de 60.
OBS: Até o final da década a homossexualidade era ilegal nos EUA e em muitos países do mundo todo. Pessoas da comunidade eram mortas, presas ou internadas sendo submetidas a diversos tratamentos, até mesmo a uma castração química para tentar “curar” o que consideravam ser doença na época.
Um bar chamado Stonewall, no bairro Village, em Nova York, era um point frequentado pela comunidade LGBTQIA+. O local era um dos poucos ambientes de acolhimento, porém não poderia ser de forma explicita por não ser permitido ambientes para a comunidade.
Era muito comum a polícia visitar o local com abordagens extremamente violentas e injustificadas, até mesmo prendendo ou agredindo fortemente alguns clientes do bar.
No dia 28 de junho de 1969, os frequentadores de Stonewall chegaram ao seu limite e resolveram dar um basta naquelas atitudes que estavam cada vez mais violentas.
A população LGBTQIA+ uniu-se na frente do bar formando barricadas, lutando contra a polícia e pedindo um basta nas atitudes violentas, pela primeira vez a comunidade reagiu afirmando orgulho. Essa revolta foi um grande marco histórico para os movimentos que temos hoje, antes dela quase ninguém se assumia publicamente como gay, lésbica ou trans, muito menos referiam-se a sua sexualidade ou identidade de gênero com orgulho.
O dia da revolta de Stonewall passou a ser celebrado com marchas a partir dos anos 70, um ano depois, juntando 10 mil pessoas em Nova York para celebrar a data da revolta, dando início a todas as passeatas para o dia do orgulho LGBTQIA+ que temos hoje.
OBS: O “homossexualismo” (termo extinto pois refere-se a doença, o correto é homossexualidade) só deixou de fazer parte da lista de doenças da OMS dia 17 de maio de 1990 (após isso foi considerado o dia internacional conta a homofobia).
Hoje, 28 de junho de 2021, 52 anos após a Revolta Stonewall, a população LGBTQIA+ ainda sofre violência física ou psicológica diariamente, levando muitas pessoas da comunidade a mutilar-se ou até mesmo cometer suicídio.
A mais ou menos cada 23 horas uma pessoa LGBTQIA+ é morta no brasil por crime de homofobia (é assassinada por pessoas intolerantes por apenas por se dizer homossexual, transsexual...). Sendo assim grande parte da minoria tem medo de assumir-se como é, por conta da intolerância tanto da sociedade quanto de seus familiares, e escondem-se por receio de não serem aceitos.
A data de hoje não é apenas um dia de celebração e sim de força e resistência contra toda e qualquer forma de preconceito, dia de afirmarmos nossa existência e a de quem amamos sem medo. Não há motivos para vergonha, ninguém pode nos definir ou dizer quem somos. ORGULHE-SE DE QUEM VOCÊ É!”.
