26/06/2021 às 20h51min - Atualizada em 26/06/2021 às 20h51min

Presidentes de 11 partidos se unem contra voto impresso e reafirmam confiança nas eleições

Em reunião neste sábado (26), chefes de partidos da base e de oposição firmaram acordo para defender modelo atual. Decisão deve frear mudanças defendidas por Jair Bolsonaro (Sem Partido).

Presidentes de 11 partidos políticos, incluindo legendas aliadas ao governo Jair Bolsonaro (Sem Partido), decidiram dar início neste sábado (26) a um “movimento coletivo” contra a adoção de mecanismos de voto impresso nas eleições brasileiras.

Os líderes partidários defendem que o sistema eleitoral é confiável e que mudar as regras do jogo, a essa altura, poderia gerar incertezas no processo. Nos últimos meses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também vem defendendo a lisura do processo.

O encontro foi realizado por videoconferência. Participaram da reunião os presidentes:

  • Ciro Nogueira, do PP;
  • ACM Neto, do DEM;
  • Valdemar Costa Neto, do PL;
  • Marcos Pereira, do Republicanos;
  • Paulo Pereira da Silva, do Solidariedade;
  • Luciano Bivar, do PSL;
  • Roberto Freire, do Cidadania;
  • Baleia Rossi, do MDB;
  • Gilberto Kassab, do PSD;
  • Bruno Araújo, do PSDB;
  • Luís Tibé, do Avante.

Juntas, as 11 siglas que participaram da reunião congregam 326 dos 513 deputados – ou seja, 63,5% do plenário.

Mesmo considerando a existência de disputas internas nas siglas, o número indica que o governo Jair Bolsonaro deve enfrentar dificuldades para aprovar a adoção do voto impresso nas eleições 2022.

A impressão do voto é propalada por Bolsonaro, que costuma lançar suspeitas de fraude em relação ao voto eletrônico. Bolsonaro, porém, nunca apresentou provas de qualquer irregularidade.

O tema tramita na Câmara em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) – e por isso, precisa do voto favorável de 308 deputados, em dois turnos, para seguir à análise do Senado.

Para entrarem em vigor nas próximas eleições, as mudanças teriam de ser promulgadas até outubro deste ano. Isso, porque a Constituição Federal veda a alteração de regras eleitorais faltando menos de um ano para o dia da votação.

A PEC já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que não analisa o mérito (conteúdo) do texto, e sim a adequação formal da proposta. A comissão especial para debater o conteúdo da PEC foi instaurada em 13 de maio.

Em junho de 2018, o STF decidiu de forma liminar (provisória) barrar a medida. O entendimento foi confirmado em 2020, em julgamento no plenário virtual que considerou o voto impresso inconstitucional.


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