A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou irregularidades no processo de importação da vacina indiana Covaxin. A lista inclui problemas na nota fiscal de importação, previsão de envio de vacinas muito próximas do prazo final de validade e a falta de certificados de eficácia, segurança e qualidade nos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação foi publicada pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
As denúncias também haviam sido feitas pelo servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, que depõe nesta sexta-feira (25) à CPI da Pandemia a partir das 14h. O irmão dele, o deputado federal Luís Miranda (DEM), disse ter enviado mensagens a um secretário de Bolsonaro alertando sobre as ilegalidades.
No documento constava que o pagamento seria feito adiantado, ou seja, antes da entrega dos imunizantes. O contrato também previa a compra de 20 milhões de doses em cinco entregas de 4 milhões, mas a nota fiscal falava em 3 milhões de doses de vacina.
“O quantitativo de doses (3 milhões) não corresponde ao requisitado no Ofício n° 62/2021/DLOG/SE/MS (20 milhões)”, escreveu o diretor da Anvisa Alex Campos, que negou a autorização para a importação do imunizante, na reunião de diretoria de 31 de março deste ano. Todos os outros diretores o acompanharam, vetando a importação por unanimidade.
A vacina indiana só conseguiria o aval da agência mais de dois meses depois, em 4 de junho, após fazer um novo pedido e apresentar novos documentos.