14/06/2021 às 19h36min - Atualizada em 14/06/2021 às 19h36min

2ª deputada mais votada em 2018, Joice Hasselmann anuncia saída do PSL

Diz que partido se prostituiu e que pedirá desfiliação por “justa causa”.

A deputada Joice Hasselmann afirmou nesta segunda-feira (14) que irá sair do PSL. Segundo ela, o partido se prostituiu ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) por cargos na Câmara dos Deputados. Joice foi líder do Governo na Câmara pelo PSL quando ainda apoiava Bolsonaro. Ela foi a 2ª deputada federal mais votada nas eleições de 2018, ficando atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (PSL).

“Para mim, o nome disso é prostituição. Não é uma questão de ter mudado de lado por bandeiras políticas. É um partido de cacique. Acabou isso de ser um partido liberal, de que quem manda é a bancada. É tudo mentira”, diz Joice, em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal O Estado de S. Paulo.

Ela afirma que irá solicitar a desfiliação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que seu pedido será por “justa causa“. Ela diz que tem “3 propostas muito interessantes” de outras siglas.

A congressista afirma que o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, entregou o partido de volta a Bolsonaro por uma vaga na Mesa Diretora da Câmara. Bivar ocupa o cargo de 1° secretário desde a eleição do presidente da Casa, Arthur Lira (PP).

“Eu não posso estar em um partido amorfo que virou um balcão de negócios”, afirma Joice ao comentar o apoio de Bivar à Lira, o então candidato de Bolsonaro nas eleições da Câmara.

Joice também criticou a forma como o partido está organizado na Casa. “Ele [Bivar] entregou [o cargo de líder da sigla] para um capacho do presidente da República, um cupincha [Major Vitor Hugo], colocou os radicais mais ensandecidos nas principais comissões”.

Ela também afirmou que não acredita que com sua saída, o presidente volte ao PSL. Joice afirma que apesar de Bolsonaro sempre exigir que ela fosse expulsa do partido, ela vê a possibilidade do PSL construir uma chapa com Bolsonaro.

“O desenho que estou vendo é colocar um vice. O que o Bolsonaro quer? Dinheiro, fundo partidário”, diz ela.

A congressista também afirma que Bolsonaro só tem governabilidade neste momento porque “paga aluguel” para ocupar o cargo com o Orçamento. “Só que essa grana é pública e essa teta pode secar. Quando não tiver mais dinheiro para pagar o aluguel, o impeachment vem, porque em qualquer país sério já teria vindo”.


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