04/06/2021 às 10h05min - Atualizada em 04/06/2021 às 10h05min

Na contramão do mundo, Bolsonaro extingue estatal de tecnologia fabricante de chips

Enquanto países como China e Estados Unidos disputam protagonismo no setor, Brasil fechará sua fábrica de chips, a Ceitec.

Em meio a uma crise mundial na produção de chips e semicondutores, o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) resolveu extinguir a única fábrica desses componentes do Brasil, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.

Instalada em Porto Alegre - RS, a Ceitec é responsável pelo desenvolvimento de tecnologia e pela fabricação dessas pequenas partes de eletrônicos, utilizadas em larga escala no mundo todo para produção desde celulares até aviões. O governo Lula investiu muito na Ceitec com o propósito de tornar o Brasil um país autossustentável, a longo prazo, nas demandas por este produto e competir com mercados como o da China e dos Estados Unidos. Em todos os lugares estão faltando chips por causa da pandemia, que paralisou atividades industriais em todo o planeta.

Semicondutores e chips são a base para o desenvolvimento da indústria e são fundamentais, portanto, para o desenvolvimento econômico de um país.

Para o ex-ministro Ricardo Berzoini, a extinção da Ceitec é “um atraso monumental”. Ele explica que, desde a criação, a empresa vem ampliando sua capacidade e já produz o suficiente para abastecer várias demandas no Brasil, uma delas o mercado de etiquetas de sistemas de pagamento automático de pedágios, além de chips de identificação de produtos e de animais.

E enquanto a China a Coreia do Sul, o Vietnã, Taiwan, trabalham pra conseguir avançar ainda mais nessa tecnologia, o governo brasileiro decide abrir mão. O ex-ministro que afirma que Bolsonaro quer transformar o Brasil numa grande fazenda de soja.

A Ceitec possui hoje cerca de 180 funcionários concursados e contratados pelo regime celetista. No mês passado, 34 deles já foram demitidos como parte do processo de liquidação da empresa, comandada pelo oficial da Reserva da Marinha, Abílio Eustáquio de Andrade Neto.

O militar já elaborou um cronograma para executar o trabalho sujo. A demissão dos trabalhadores, por exemplo, faz parte desse cronograma. João Batista Massena, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, afirma que a empresa nunca procurou, oficialmente, o sindicato para tratar das demissões.


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