17/05/2021 às 17h35min - Atualizada em 17/05/2021 às 17h35min

Defensor do voto impresso, Bolsonaro foi beneficiado por fraude de cédula nas eleições de 1994

À época, ele disputava seu segundo mandato como deputado federal. Agora como presidente, defende o retorno ao voto em papel, uma vez que segundo ele a urna eletrônica seria passível de fraude.

Defensor do retorno ao voto impresso, diante de uma suposta suspeita de fraude na urna eletrônica, Jair Bolsonaro (Sem Partido) já foi beneficiado em disputa eleitoral no passado por fraude em cédulas de papel.

Nas eleições de 1994, quando o hoje presidente disputava seu segundo mandato como deputado federal, decisões de juízes do Rio de Janeiro anularam centenas de votos por falsificação de assinaturas, preenchimento de diversas cédulas com a caligrafia idêntica e cédulas falsas.

Reportagem do Jornal do Brasil publicada à época aponta que um dos beneficiados pelo esquema das cédulas falsas foi Jair Bolsonaro, filiado ao hoje extinto Partido Progressista Reformador (PPR).


O que propõe Bolsonaro

Atualmente, o discurso do chefe do Planalto é de que devemos ter a impressão do voto pois a urna eletrônica seria passível de fraude.

Trata-se de uma contradição em sua narrativa, já que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou o sistema eleitoral do país, que é de voto em cédula (sem sequer ter o processo da urna eletrônica) de fraudulento, tese defendida por Bolsonaro. Além do fato de que Bolsonaro fora eleito em 2018 (e em mandatos anteriores, como parlamentar) com o sistema eletrônico, sem ter feito acusações de fraude.

Aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), determinou a criação de uma comissão na Casa para tratar do assunto, o que aconteceu na última quinta-feira (13). A comissão vai discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) 135/19, da deputada Bia Kicis (PSL), que não acaba com a urna eletrônica, mas exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil.

Inconstitucional

Em junho de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu de forma liminar (provisória) barrar a medida e confirmou o entendimento em 2020, em julgamento no plenário virtual, quando considerou o voto impresso inconstitucional.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, também integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na quinta que as urnas “não são um problema” e que “nunca se documentou fraude” em 25 anos de uso nas eleições. E que a acusação de fraude em urnas eletrônicas “é um discurso político”.


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