06/05/2021 às 15h25min - Atualizada em 06/05/2021 às 15h25min

Tribunal da Índia define como “genocídio” as mortes de pacientes por falta de oxigênio

Juízes do estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia, ordenam investigação de mortes por falta de cilindros e indicam que trata-se de uma ação de genocídio.

“As mortes de pacientes da Covid-19 pelo não fornecimento de oxigênio a hospitais são um ato criminoso e nada menos do que um genocídio cometido por aqueles que foram incumbidos da tarefa de garantir a aquisição contínua desse insumo”.

Essa declaração foi feita pelo Tribunal Superior Allahabad, principal corte de Uttar Pradesh, estado mais populoso da Índia, na última terça-feira (4). No despacho, os juízes Ajit Kumar e Siddhartha Varma ordenam a autoridades locais a investigação de óbitos de pacientes em hospitais de duas cidades onde teria havido negligência no fornecimento, Meerut e Lucknow.

Ao menos cinco pessoas morreram por falta de oxigênio hospitalar no último domingo (2). Nas redes sociais, circulam vídeos de pacientes implorando por um cilindro para salvar a vida de seus familiares.

“Como podemos deixar nosso povo morrer dessa forma em um momento em que a ciência está tão avançada que até mesmo transplantes de coração e cirurgias cerebrais são possíveis?”, questiona o documento publicado pelo tribunal. No mês passado, a Índia tomou o lugar do Brasil como novo epicentro da Covid-19. Com população seis vezes maior que a do Brasil, o país registrou 20,7 milhões de infectados e 226 mil mortes. Em 15 de março, a média diária de óbitos era inferior a 150. Hoje, ultrapassa a casa dos 3,5 mil.

Situação análoga

Em janeiro, hospitais de Manaus - AM entraram em colapso por falta de oxigênio. Entre os dias 14 e 15, pelo menos 30 pessoas morreram devido à indisponibilidade de cilindros. O governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou que foi informado do desabastecimento de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro, oito dias antes do esgotamento dos estoques. O então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deve ser questionado sobre o tema na próxima semana durante a CPI da Pandemia, que já ouviu os ex-ministros Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.


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