30/04/2021 às 21h21min - Atualizada em 30/04/2021 às 21h21min

Encontro entre Eduardo Bolsonaro e Junior Bozzella, ambos do PSL de São Paulo termina na delegacia

Governador já é réu no STJ, onde corre um processo criminal que pode levá-lo à prisão. Denúncia do Ministério Público Federal serviu como base para o pedido de impeachment.

Um encontro inesperado entre os deputados Eduardo Bolsonaro e Junior Bozzella, ambos do PSL de São Paulo, no aeroporto de Congonhas, terminou com o registro de um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Estado de São Paulo. Segundo Bozzella, o filho de Jair Bolsonaro (Sem Partido) o teria ameaçado de morte durante o desembarque de um voo que trazia ambos de Brasília - DF. Já segundo o “zero-três”, como é conhecido Eduardo, o que houve foi um encontro casual que deu errado.

Bozzella, hoje vice-presidente nacional do PSL, faz parte de uma ala no partido que antagoniza com o grupo mais próximo ao presidente Jair Bolsonaro. Tal divisão é percebida na Câmara, onde deputados como o presidente nacional do partido, Luciano Bivar e Joice Hasselmann têm perfis mais críticos ao presidente, contrastando com figuras no mesmo partido como Carla Zambelli e Bibo Nunes.

A animosidade entre estes grupos teria evoluído para a ameaça, segundo Bozzella. Em uma entrevista ao site ‘O Antagonista’, o deputado representante da baixada santista disse que foi surpreendido no desembarque do voo por ameaças de morte. “Pessoas que presenciaram o momento afirmaram que ele disse que me mataria se tivesse uma faca”, disse Bozzella.

Para Eduardo, tudo não passa de invencionice de seu colega parlamentar. Ao desembarcar no aeroporto, ele teria visto Bozella e tentado cumprimentá-lo, sendo prontamente ignorado. “A vítima recusou-se a fazê-lo em razão de divergências passadas”, declarou Bolsonaro à Polícia Civil. O parlamentar também disse à polícia estranhar que não houvessem testemunhas ou filmagens que comprovassem uma ameaça.

Por outro lado, Bozzella disse que a manifestação de Eduardo Bolsonaro busca alterar os fatos. “Eles usam deste expediente para poder inverter as atitudes deles”, disse. O deputado não se revelou surpreso com a decisão de seu desafeto de ir à delegacia pelo ocorrido.

Bozzella credita a suposta ameaça à sua ação contra o chamado “gabinete do ódio” em São Paulo, que seria comandado por Bolsonaro e seus apaniguados na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp).O deputado também se mostrou irritado porque o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), teria retirado sua escolta. “E está tudo documentado. Ele retirou minha escola por que? Só porque eu apoiei o Baleia Rossi?”, questionou o deputado.

“Não é porque o deputado Eduardo Bolsonaro foi eleito com dois milhões de votos que ele está acima da lei, que ele fique dando senha para que a sociedade se revolte contra A,B,C,D ou F, para que este possa ser agredido no meio da rua. Eu tenho família, tenho esposa, pai, mãe e irmãs, então precisamos dar um basta neste terrorismo imposto pelos bolsonaristas”.


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