19/04/2021 às 18h03min - Atualizada em 19/04/2021 às 18h03min

Motoristas de ônibus de São Paulo - SP e de Guarulhos - SP planejam greve para esta terça-feira (20)

Profissionais querem ser incluídos no calendário de vacinação; trabalhadores do metrô e da CPTM também ameaçam parar.

Motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista e de Guarulhos - SP anunciaram paralisação a partir da 0h desta terça-feira (20), com duração de ao menos 24 horas, reivindicando um posicionamento do governo estadual sobre a vacinação contra a Covid-19 dos profissionais da área que se dizem expostos à doença, já que o transporte público não parou desde o início da pandemia.

Além dos coletivos, profissionais Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) podem cruzar os braços no próximo dia 27, por tempo indeterminado, segundo o sindicato dos ferroviários de São Paulo. A categoria reivindica, além da vacinação, reajuste salarial e participação nos lucros. Já os trabalhadores do metrô participam de uma assembleia virtual, a partir das 19h desta segunda-feira (19), quando vão definir se aderem à paralisação juntamente com o transporte rodoviário e a CPTM.

No sábado (17), o governo João Doria (PSDB) enviou um e-mail para as categorias afirmando que trabalhadores do metrô e da CPTM serão vacinados contra a Covid-19 em São Paulo a partir do próximo dia 11 de maio.

Segundo o Sindmotoristas, que representa motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo, a greve, chamada por eles de “lockdown do sistema de transporte”, já está definida para a 0h desta terça-feira.

O órgão representativo, porém, realiza uma reunião com sua diretoria e representantes sindicais do setor, marcada para às 15h quando devem ser definidos detalhes sobre como será a paralisação.

“Já tivemos muita paciência. Foram muitos protocolos, pedidos, reportagens, inclusive na TV, e até agora o poder público segue fazendo vista grossa às condições dos ônibus superlotados”, afirmou o presidente do Sindmotoristas, José Valdevan de Jesus Santos, o Valdevan Noventa, por meio de assessoria de imprensa. O presidente do Sincoverg (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guarulhos), Orlando Maurício Júnior, afirmou ao Agora, no início da tarde desta segunda, que os motoristas e trabalhadores da segunda maior cidade de São Paulo também irão aderir à paralisação.

A decisão pela greve só pode mudar, acrescentou o sindicalista, caso o governo estadual anuncie alguma mudança em seu plano de imunização. "A vacinação é uma necessidade urgente, não só para trabalhadores e trabalhadoras do transporte urbano e metropolitano, como também para garantir a vida dos passageiros e passageiras.

“Assim como sofremos com infecções e mortes [decorrentes da Covid-19], podemos contaminar muita gente”, afirmou o presidente do Sincoverg. Relatório da administração do Metrô divulgado na última semana mostra que embora a pandemia tenha tirado passageiros nos primeiros meses da chegada do vírus ao Brasil, foram feitas quase 3 bilhões de viagens nos transportes públicos que passam pela capital, entre metrô (764 milhões), CPTM (505 milhões) e ônibus municipais (1,6 bilhão). Segundo os sindicatos de cada categoria, foram registradas 22 mortes e 1.500 contaminações de funcionários do metrô, quase 50 mortes na CPTM, e 167 mortes, além de 2.084 infecções, entre motoristas e cobradores de ônibus na capital.

Dados do governo estadual, gestão João Doria (PSDB), indicavam, até a publicação desta reportagem, que 1.714,685 pessoas haviam tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na capital paulista e 924.599 a segunda.

Em Guarulhos haviam sido imunizados, respectivamente, 106.209 e 56.842. O Metrô e a CPTM, do governo estadual, além das prefeituras de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), e de Guarulhos, gestão Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), não haviam se posicionado sobre as reivindicações dos sindicatos e sobre medidas a serem tomadas, com relação às paralisações, até a publicação desta reportagem.


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