06/11/2019 às 13h20min - Atualizada em 06/11/2019 às 13h20min

Fiasco do leilão de Bolsonaro e Guedes assusta mercado

Somente dois dos quatro blocos ofertados foram adquiridos e a expectativa do governo Jair Bolsonaro de arrecadar R$ 100,6 bilhões foi frustrada: só R$ 69,9 bilhões foram levantados. Petroleiras internacionais praticamente boicotaram o leilão. “Instabilidade do governo Bolsonaro assustou as petroleiras”, avalia o analista Artur Araújo.

O leilão da cessão onerosa dos campos do pré-sal às multinacionais do setor de petróleo, resultou em um fiasco sem precedentes. Ao todo, dos quatro blocos ofertados somente dois foram adquiridos e a expectativa do governo Jair Bolsonaro de arrecadar R$ 100,6 bilhões com a entrega do petróleo brasileiro às petroleiras internacionais foi frustrada ante um total de R$ 69,9 bilhões que foi amealhado.

O analista Artur Araújo havia previsto o fracasso do leilão, “Além da Petrobrás, só as estatais chinesas puseram dinheiro no leilão. A China tem poder real em suas relações comerciais com o Brasil e avalia que 'se garante'. As outras petroleiras estrangeiras refizeram suas análises de risco e comenta-se terem avaliado que há muita insegurança política e jurídica no Brasil de Bolsonaro para colocarem bilhões de dólares em um país instabilizado por seu próprio governo”.

Os analistas do setor financeiro estavam perplexos no início da tarde: “Há frustração em relação ao leilão, com a Petrobras levando 90% do consórcio de Búzios”, disse Flavio Serrano, economista sênior do banco Haitong à Reuters. “Havia expectativa de maior participação de empresas estrangeiras.”

O leilão teve início com a venda do campo de Búzios, na Bacia de Santos, teve somente o consórcio integrado pela Petrobrás e pelas chinesas CNOOC e CNODC como interessado. A área foi adquirida sem ágio por um bônus de assinatura da ordem de R$ 68.194 bilhões. O campo de Búzios é considerado a área mais promissora do leilão do pré-sal.

O bloco de Itapu também teve uma única oferta, feita pela Petrobrás, A estatal pagou um bônus de assinatura de R$ 1,76 bilhão pela área. Os blocos de Sépia e Atapu não tiveram interessados.

Logo após resultado do leilão, que ficou abaixo do esperado pelo mercado, ações da Petrobrás na Bolsa entraram em queda. Às 11h49 da manhã desta quarta-feira (6), a ação ordinária recuava 0,74%, a R$ 32,31 e a ação preferencial caiu 0,51%, sendo cotada a R$ 29,507.

O dólar reverteu seu curso e avançava mais de 1% em relação ao real nesta quarta-feira, devido ao fracasso. Às 11:30, o dólar avançava 1,62%, a 4,0580 reais na venda. O dólar futuro operava em alta de 1,69%, a 4,068 reais.


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