O governador de São Paulo João Dória (PSDB) disse que a Fundação para o Remédio Popular (FURP) será extinta.
De acordo com Dória, o modelo ainda está sendo definido por sua equipe, porém, essa já é uma decisão tomada pelo governo. Uma proposta deve ser encaminhada à Assembleia Legislativa, que possui uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na construção da unidade em Américo Brasiliense - SP.
“A FURP será extinta, o projeto será encaminhado a Assembleia Legislativa através do seu presidente Cauê Macris. Mesmo que existam protestos, pessoas com posições adversas, faz parte do jogo democrático, nós compreendemos, mas é mais uma empresa estatal que será extinta”, afirma.
O objetivo do governo é recuperar os recursos que foram investidos na construção das unidades, uma na região de Araraquara e outra em Guarulhos, na Grande São Paulo. A ideia inicial, segundo Dória é vender as instalações industriais para a iniciativa privada. Na análise do governador, a administração pública não deve ser responsável por fabricar remédios.
“Governo não tem que fabricar remédio, tem que estimular para que os medicamentos sejam fabricados ao menor custo possível à população. Essa é a função de um governo liberal eficiente. É por isso que a FURP será vendida e tão logo a aprovação da Assembleia, como já tivemos em outros projetos que foram encaminhados. O último foi a Dersa que teve aprovação na semana passada, por ampla maioria, e será extinta também”.
Questionado sobre como o Governo deve proceder em relação a compra de medicamentos que atualmente são produzidos pela empresa, Dória, sem detalhar, disse que a secretaria da Saúde tem um projeto para suceder a operação da FURP.
Em Américo Brasiliense, a fábrica é administrada em regime de Parceria Pública-Privada (PPP) e opera com 75% de inatividade, de acordo com dados do Governo de São Paulo.
Com condições de produzir 1,2 bilhão de medicamentos, por ano, entre comprimidos e injetáveis, apenas 300 milhões são fabricados atualmente.
De acordo com o contrato firmado, em 2013, entre a FURP e a concessionária paulista de medicamentos, a CPM, 96 tipos de medicamentos poderiam ser fabricados, porém, apenas 20 são produzidos.
Atualmente, segundo a CPM, 200 funcionários trabalham no local, entre contratados e terceirizados.