O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que a CoronaVac não atingiu 90% de eficácia no Brasil e que sabia que “a efetividade jamais” atingiria este índice. Os números, no entanto, são inferiores aos do anunciado hoje pela Turquia, que apresentou 91,25% de eficácia nos testes da fase 3 realizados no país.
“Todas as vacinas que são formuladas por fragmentos de vírus acabam produzindo menos anticorpos que com vírus vivos, que chamamos atenuados, como sarampo e febre amarela, que produzem proteção menor. Sabíamos que a efetividade jamais atingiria 90%, mas o que nós não imaginamos é que a empresa objetivava um resultado próximo em todos os países”, disse Gorinchteyn em entrevista para a rádio CBN.
Por conta do sigilo contratual do Instituto Butantan, o secretário não informou a eficácia exata da vacina, mas garantiu que é superior a 50%, o mínimo, segundo ele, exigido pela OMS.
“Não temos informação (da porcentagem) por questão de sigilo absoluto do Instituto Butantan, mas não atingiu 90% e mesmo não atingindo isso, os valores menores, acima de 50%, estão em níveis que nos permitem fazer redução de impacto de doença na população”, disse.
Gorinchteyn garantiu que mesmo com menos de 90% de eficácia, a vacina deve cumprir os requisitos para ser aprovada.
“Não haverá risco de não termos a vacina do Butantã para a proteção de todos nós brasileiros”, disse.
No Brasil, ontem, o Instituto Butantan e o Governo do Estado de São Paulo não informaram a taxa de eficácia do teste do imunizante no país, mas anunciaram que apresentou segurança e eficácia suficientes para pedir registro de uso emergencial. Não foi a primeira vez que o anúncio da taxa foi adiado.
Desta vez, a versão oficial do executivo paulista foi que a Sinovac revisará os dados antes que eles sejam encaminhados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão só deve receber a documentação em até 15 dias, quando analisará as informações e decidirá se aprova o uso do imunizante em território nacional.