Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgada nesta segunda-feira (7), mostra que dispara o custo de vida no país, com reflexos negativos para o poder aquisitivo da população.
Os preços de insumos que servem de base para a cadeia produtiva brasileira registram a maior alta desde o início do Plano Real. A pressão desse aumento é tal que está espalhando a inflação, antes concentrada no produtor, por vários setores da economia, chegando ao consumidor de forma cada vez mais intensa.
O levantamento indica que o preço das matérias-primas brutas, como soja, milho, carnes e minério de ferro, acumula alta de 68% nos 12 meses encerrados em outubro, aumento inédito desde o fim do período de hiperinflação, informa o jornalista Eduardo Cucolo no jornal Folha de S. Paulo.
Esses aumentos tendem a chegar ao consumidor final, o que já reflete reajustes elevados nos preços de muitos alimentos e bens industriais, como eletrodomésticos e eletrônicos.
Os alimentos, por exemplo, acumulam alta no Índice de Preços no Atacado (IPA) da FGV de 25%, sendo que metade desse aumento já bateu no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV. O arroz é um dos produtos cujo preço dispara, tendo subido quase 120% no atacado e 62% no varejo.
A pesquisa projeta que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE, que serve como meta para a inflação, deve fechar 2020 em 4,17%, acima da meta de 4%, mas abaixo do limite de tolerância. A inflação vai continuar a subir até maio do próximo ano, quando deve ficar acima de 6% em 12 meses, informa a reportagem.