18/11/2020 às 16h16min - Atualizada em 18/11/2020 às 16h16min

Qual o verdadeiro impacto da pandemia na indústria têxtil?

Entenda como a indústria têxtil recebeu o novo coronavírus e quais as alterações e impactos sofridos pela maioria das empresas do setor.

A pandemia causada pelo novo coronavírus, que chegou ao Brasil em maio, vem causando repercussão até hoje em diversos setores da indústria, seja de forma positiva ou negativa.

O baque inicial do distanciamento social, aliado ao fechamento de lojas e centros comerciais, foi somado com a crise econômica enfrentada pelo país, o que gerou consequências negativas para alguns setores específicos.

Se você está na dúvida se deve investir em ações ou etfs voltados para a indústria têxtil, antes de tudo, você precisa saber quais foram os impactos reais que a pandemia causou nesse setor e no seu desenvolvimento previsto para 2020. [1]

Pois, diferentemente de outros segmentos como o E-commerce, os comerciantes e fabricantes de produtos têxteis não tiveram tanta sorte ao lidar com a situação atual.

Um levantamento realizado no final do primeiro semestre pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostrou que 96% das empresas tiveram queda na carteira de encomendas e 55% das fábricas registrou uma redução maior que 50% no número de pedidos.

Cenário nada favorável

Ainda sobre o estudo realizado no segundo trimestre pela Abit, os resultados mostraram que os empresários da indústria retratam um cenário desfavorável: demissões, cancelamento de pedidos e dificuldade de acesso ao crédito devido a crise causada pela chegada do Covid-19, o que prejudicou ainda mais o setor.

Todos esses fatores resultam nos fechamentos de lojas de vestuário e outros produtos não essenciais derivados da indústria têxtil que o Brasil está presenciando diariamente. Além disso, o setor também enfrenta baixas por conta da diminuição do número de encomendas.

Segundo o levantamento da Abit, 60% das empresas informaram que realizaram demissões durante o período da crise do coronavírus. Mais da metade desse número cortou de 5% a 20% do seu quadro de funcionários se comparado ao cenário de antes da pandemia.

Corda bamba

Entretanto, não é possível deixar de lado as empresas que estão presas em uma situação muito pior, pois não podem demitir e também não conseguem pagar a folha, pois não há dinheiro chegando ao caixa. Ainda no início do segundo semestre essa era a situação real de muitas companhias do setor.

Além das demissões e do fechamento de lojas, a indústria têxtil também enfrenta outros problemas como:

  • Cancelamento ou adiamento de pedido;
  • Dificuldade de escoamento da produção e entrega dos produtos;
  • Dificuldade para conseguir insumos.

Todos esses fatores são refletidos no preço dos produtos que, claro, sofrem elevações para o consumidor final, mas também afeta os próprios produtores, que têm que pagar mais caro para conseguir insumos básicos para uma produção que antes da pandemia era corriqueira.

Acesso ao crédito

Em relação ao acesso ao crédito, os dados divulgados pela Abit mostram que aproximadamente 56% das empresas do setor têxtil procuraram nos últimos meses por uma linha de crédito. O objetivo principal foi para capital de giro, correspondendo a quase 80% do total das empresas que buscaram crédito.

Apesar do aumento da procura, os entrevistados afirmam que as condições oferecidas pelos bancos não são boas. A maioria, 71%, destacou que as condições estão piores devido ao:

  • Aumento de taxas;
  • Prazos reduzidos para pagamentos,
  • Cobrança de uma quantidade excessiva de garantias.

O grande temor dos empresários do setor têxtil é a demora para o auxílio e crédito oferecido pelo Governo. Diante da situação drástica, a previsão é de quebra de muitas empresas nesse meio tempo em que a ajuda não chega.

Tentativa de reinvenção

Diante das inúmeras dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor têxtil, a solução encontrada para não piorar ainda mais a situação foi se reinventar.

Dessa forma, muitas indústrias tomaram a decisão de alterar a linha de produção para fabricar itens que estão sendo muito utilizados pelo setor da saúde e que estão em falta justamente por conta da pandemia, tais como aventais e máscaras.

A grande aposta para sair da crise gerada pelo novo coronavírus é através de investimento em automação e tecnologia com o objetivo de confeccionar produtos que poderão reduzir a parada do parque produtivo em situações futuras.

Além disso, outra vantagem de realizar esse tipo de investimento é reduzir o risco de contaminações, uma preocupação que é bastante pertinente neste momento.

Assim, é possível notar que apesar dos impactos da pandemia causada pela chegada do Covid-19 ao Brasil, ainda existe uma alternativa - pelo menos para parte do setor têxtil.

É importante lembrar que pequenas fábricas e empreendedores sofreram muito mais os abalos do coronavírus, visto que não estavam preparadas financeiramente para situações como essa.

Dessa forma, enquanto empresas maiores da indústria têxtil ainda tiveram algum capital para trocar a produção, com companhias menores a história foi um pouco diferente.

Assim, o setor precisa se reestruturar totalmente do choque causado pela pandemia para poder voltar ao que era, dando espaço para novos empreendedores.



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