Convivência harmônica com pássaros é possível mesmo em grandes centros urbanos

Existem no mundo cerca de 10.426 espécies de aves (dados da BirdLife International). Dessas, 1.919 espécies são encontradas no Brasil, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO). Esse alto número de espécies coloca o Brasil como segundo país com maior diversidade de aves do mundo, com cerca de 20% das aves do planeta. Mesmo com sua rica natureza, os números surpreendem. E para celebrar, os belos e admirados animais têm seu próprio dia. Nesta segunda-feira, 5 de outubro, é comemorado o Dia das Aves.

Além de tornar o ambiente mais bonito e colorido, conviver com as aves também faz bem para a saúde. De acordo com um estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, pessoas que vivem em bairros com mais pássaros são menos propensas a sofrer de depressão, ansiedade e estresse. A pesquisa analisou a saúde mental de mais de 270 pessoas de diferentes idades, rendimentos e etnias e chegou à conclusão de que as mais saudáveis mentalmente são as que vivem mais distantes dos grandes centros urbanos, com mais natureza em volta e animais, especificamente, os pássaros.

Mesmo quem mora nas grandes cidades, como em Goiânia, também consegue admirar as aves. Isso é possível nos parques e praças, mas principalmente para aqueles que moram próximo de áreas verdes como Áreas de Preservação Permanente (APP) ou bosques privativos. Um exemplo dessa convivência harmônica entre homens e pássaros está no Condomínio Alto da Boa Vista, na região noroeste da capital. O residencial, composto por sobrados, possui uma Zona de Proteção Ambiental (ZPA) com 65 mil m², com um bosque privativo com diversas espécies de árvores nativas, as quais atraem várias aves.

O oficial de justiça Pedro Paulo Alves da Costa, que é sub-síndico do empreendimento, relata que a convivência com as aves é diária. “Vemos pássaros constantemente aqui, araras, tucanos, bem-te-vi, pássaro preto e várias outras espécies que não sei nomear. Os vemos voando durante todo o dia e eles costumam cantar mais no alvorecer, entardecer e em época de chuva”, conta ele, que afirma ainda que todos os moradores do Alto da Boa Vista adoram essa proximidade. “Geralmente quem mora aqui gosta da natureza”, ressalta.

Afeição

Moradora do Condomínio Alto da Boa Vista há 12 anos, Rosa Maria Vilefort, trata as aves que frequentam o local com muita intimidade. “No início eu colocava uma vasilha com água para eles beberem e as saracuras tomavam banho, então decidi que precisava de algo maior e coloquei uma cascata. Depois coloquei a fonte e o comedouro também”, relata ela sobre as instalações que fez na residência para benefício das aves. “Minha neta de 10 anos também ama ver os pássaros”, conta.

Rosa, que tem 62 anos, relembra que sempre morou em apartamento e gostava de cães e gatos, mas a convivência com as aves abriu suas perspectivas. “Desde que mudei para cá fui me apaixonando por eles. Tem periquitos, rolinhas, pardais, azulão, sabiá, tucano, arara e outros. O bico de fogo, por exemplo, tem hora que canta que parece uma sinfonia, uma orquestra”, afirma. “Meu esposo também gosta muito, nunca deixa faltar nada e até quando viajamos costumamos deixar alguém tomando conta”, diz ela sobre o abastecimento do comedouro e fonte. “É uma terapia, eu gosto muito”, salienta a moradora.