Opositores em plano nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Social Liberal (PSL) estão do mesmo lado em ao menos seis municípios nas eleições para prefeito em 2020:
Os dados constam das atas das convenções dos partidos disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número de alianças entre os dois partidos pode ser maior - não há um balanço nacional a respeito.
A rivalidade entre as legendas começou a partir das eleições presidenciais de 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro, então no PSL, o que fez a agremiação passar de nanica à segunda maior bancada da Câmara. Parte do PSL posteriormente rompeu com Bolsonaro, embora a bancada apoie nas votações os projetos do governo federal.
A associação de dois rivais não fere normas dos partidos. Em maio, o PT estabeleceu que, em cidades com menos de 20 mil eleitores, o diretório municipal tem autonomia para escolher as coligações das quais participa. De 20 mil a 100 mil eleitores, a decisão precisa passar pelo diretório estadual. Acima de 100 mil eleitores, cabe ao diretório nacional a deliberação.
Já o PSL informa não haver “restrição explícita nem estímulo” as alianças com o PT. “É preferível”, segundo o partido, a aliança com “outras alternativas políticas”.
Os dois partidos não têm um mapeamento das coligações nas cidades de todo o país.
Coordenador do curso de graduação em administração pública da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antônio Carvalho Teixeira diz que, no interior do país, as questões locais suplantam as questões nacionais.
“A dinâmica local faz com que se feche os olhos para a dinâmica nacional”.