12/09/2020 às 22h00min - Atualizada em 12/09/2020 às 22h01min

MP vê indícios de que a Igreja Universal foi usada para lavar dinheiro da corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro

Promotores analisam trocas de mensagem encontradas em celular de Rafael Alves, suposto operador do prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Relatório de Inteligência anexado à investigação cita que, entre maio de 2018 e abril de 2019, a igreja movimentou de forma “atípica” R$ 5,9 bilhões.

O Ministério Público (MP) afirma ter encontrado indícios de que a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) tem sido “utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal” do Rio de Janeiro. O prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos) é bispo licenciado da entidade religiosa. As informações foram divulgadas hoje pelo telejornal RJ2 e pelo Portal G1.

Segundo a reportagem, o MP viu indícios de movimentações bilionárias atípicas. O registro foi feito em um documento de 262 páginas, assinado no último dia 2 de setembro.

A petição cita a existência de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando que, entre 5 de maio de 2018 e 30 de abril de 2019, a Universal foi “objeto de comunicação em razão da identificação de movimentações financeiras de R$ 5.902.134.822,00”. O documento teria informações de CNPJ's da igreja e inclui entrada e saída de dinheiro vivo. O registro de movimentação atípica não significa a existência de um crime.

A reportagem diz que os documentos não detalham o funcionamento da suposta lavagem de dinheiro. A petição, no entanto, aponta que é possível fazer a alegação após analisar “movimentações bilionárias atípicas” da igreja e, a relação de Crivella com a Universal e o suposto envolvimento de Mauro Macedo, primo de Edir Macedo (fundador da entidade religiosa) na trama.

Primo de Edir Macedo, Mauro foi coordenador de campanhas políticas de Crivella e foi citado em delações da Lava Jato por receber Caixa 2.

Ainda segundo a reportagem, as autoridades analisaram mensagens enviadas do aparelho celular apreendido com Rafael Alves em março deste ano, na primeira fase da operação Hades. Alves é apontado como um nome de grande influência no governo de Crivella.

De acordo com o MP, mensagens enviadas por Alves indicam que ele “tem ciência e controla diversas atividades criminosas do governo, sob a direta liderança de Marcelo Crivella”.


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