14/08/2020 às 18h15min - Atualizada em 14/08/2020 às 18h15min

Empresário diz que loja de Flávio Bolsonaro fraudava notas fiscais

A informação foi dada no depoimento de Cristiano Correia Souza e Silva sobre a loja de chocolate de Flávio.

O empresário que vendeu ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) uma loja de chocolates da franquia Kopenhagen afirmou, em depoimento ao Ministério Público (MP), que sofreu ameaças ao tentar denunciar que a unidade do filho de Jair Bolsonaro (Sem Partido) fraudava notas fiscais. A informação foi revelada na quinta-feira (13) pelo Jornal Nacional, que teve acesso ao documento.

De acordo com o depoimento de Cristiano Correia Souza e Silva, a unidade da franquia pertencente a Flávio, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro - RJ, vendeu produtos por um valor menor do que o preço tabelado pela marca. Panetones, por exemplo, que deveriam custar R$ 100, foram vendidos por R$ 80 no Natal de 2016.

Cristiano denunciou a prática à matriz, que, segundo ele, realizou um procedimento de fiscalização, no qual constatou que as notas fiscais eram emitidas com o preço cheio, mas o cliente pagava um valor menor do que o registrado.

Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o grupo CRM, detentor da marca Kopenhagen, confirmou que a unidade sofreu advertência e multa pela infração contratual. “O Grupo CRM apurou o caso e, tendo constatado por meio da sua Diretora Comercial à época, que de fato a loja estava praticando uma promoção não autorizada, o franqueado foi imediatamente notificado, advertido e multado de acordo com as cláusulas previstas em contrato”, disse o grupo.

Após denunciar o caso, Cristiano Correia Souza e Silva relatou que ele e sua mulher sofreram ameaças do sócio de Flávio Bolsonaro na unidade, Alexandre Santini, por meio de mensagens, segundo mostrou a reportagem do Jornal Nacional. Ele afirmou ao MP que registrou ocorrência policial, mas deixou o caso de lado por medo.

A loja de Flávio é alvo de investigação de lavagem de dinheiro. Uma das hipóteses em apuração pelo Ministério Público é de que a franquia no shopping tenha sido usada para lavar recursos públicos ilegalmente desviados no esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Documentos obtidos pelo MP também mostram que a loja recebia mais dinheiro vivo que a média das franqueadas.


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