09/08/2020 às 00h48min - Atualizada em 09/08/2020 às 00h48min

Em editorial sobre as 100 mil mortes por Covid-19, Jornal Nacional cobra Bolsonaro

“Mais cedo ou mais tarde o Brasil vai precisar de respostas para essas perguntas”.

Neste sábado (8), os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, iniciaram o noticiário com um editorial sobre a marca atingida de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil.

Os jornalistas falaram sobre o dever da Constituição de proteger o cidadão e lembraram reações de Jair Bolsonaro (Sem Partido) em relação à pandemia, criticando sua postura e cobrando seu papel como chefe do Executivo.

“Todo brasileiro tem direito à saúde e todos os governantes brasileiros têm a obrigação de proporcionar aos cidadãos esse direito. As ações dos governantes precisam ter como objetivo diminuir o risco de a população ficar doente e não somos nós quem estamos dizendo isso. É a Constituição brasileira que todas as autoridades juraram respeitar. Está registrado no artigo 196”, disse Bonner, que leu o trecho citado.

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Na sequência, Renata analisou a situação do Governo e do Ministério da Saúde. “Mas o Brasil está há 12 semanas sem um ministro da Saúde titular. São 85 dias desde o dia 15 de maio. Dois médicos de formação deixaram o cargo de Ministro da Saúde, porque pretendiam seguir as orientações da Ciência e o presidente Bolsonaro não concordou com essa postura deles”

Logo depois, Bonner reuniu declarações do presidente desde o início da pandemia. “Primeiro o presidente menosprezou a Covid, chamou de ‘gripezinha’. Depois quando um repórter pediu que ele falasse sobre o número alto de mortes, Bolsonaro disse que não era coveiro. Disse duas vezes ‘não sou coveiro’.“

“Quando os óbitos chegaram a 5 mil, a resposta dele a um repórter foi um ‘e daí’. Agora o presidente repete que a pandemia é uma chuva e que todos vão se molhar ou que a morte é o destino de todos nós e que temos de enfrentar a doença como se fosse uma questão de coragem, como se nada pudesse ter sido feito“

Em seguida, Renata afirmou que Bolsonaro foi na contramão dos governadores que defendiam o isolamento social, gerando confusão e perplexidade dos cidadãos que não sabiam no que acreditar.

Bonner também reforçou que as 100 mil vítimas foram brasileiros que deixaram famílias e que não estavam fadados a morrer, tendo morrido por Covid. “Nós não podemos nos anestesiar”, ressaltou o apresentador, afirmando: “O Jornal Nacional não vai se cansar de repetir: essas vidas perdidas são de brasileiros como todos nós”.

Para finalizar, a âncora do telejornal questionou: “A pergunta que se impõe é: o presidente da República cumpriu esse dever? Entre os governadores e prefeitos, quem cumpriu e quem não cumpriu? Mais cedo e mais tarde, o Brasil vai precisar de resposta para essas perguntas”.


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