O Metrô de São Paulo decidiu não pagar parte do salário dos metroviários neste mês por causa de uma crise de caixa que se arrasta desde o começo da pandemia do coronavírus. Como reação, os funcionários da empresa decidiram marcar uma greve para a próxima terça-feira (28), caso não haja um acordo sobre pagamento até a véspera.
O Metrô já renegociou contrato de energia, que move os trens, a maior conta da empresa e avalia até ter de reduzir contratos de limpeza, item essencial durante a crise. Segundo Informações, escadas rolantes devem ser desligadas e banheiros públicos - onde os passageiros podem lavar as mãos - podem ser fechados.
A decisão sobre o corte de salário foi informada aos funcionários na noite de quinta-feira (23), por uma mensagem enviada pelo e-mail corporativo. O texto afirma que “o salário do mês de julho será processado no dia 31 de julho com redução de 10%”. A diferença será paga, diz o texto, “tão logo haja receita”, sem fixar uma data.
Os metroviários são a única categoria do funcionalismo paulista que terá atraso salarial. A categoria vinha em uma negociação trabalhista por melhorias mas, até agora, o Metrô havia evitado a greve. Com o atraso de pagamento, os metroviários fizeram assembleia ontem e decidiram pela paralisação.
A empresa não recebe auxílio direto do governo porque, formalmente, não é uma estatal. É uma empresa de economia mista que faz parte da administração indireta. Nessa condição, pode nomear comissionados, por indicação política, com salários superiores ao teto do funcionalismo sem que haja ilegalidade - há metroviários com salário acima dos R$ 30 mil.