03/07/2020 às 19h17min - Atualizada em 03/07/2020 às 19h17min

“Desafio para o líder: criar cenário positivo para o retorno das atividades econômicas”, por Taiana Jung e Rui Marcos, mestres e especialistas

Para as diferentes lideranças, essa (re)abertura significará novos desafios, inseguranças, bem como novas formas de relacionamento com as diferentes partes interessadas (clientes, fornecedores, colaboradores, entre outros).

Taiana Jung e Rui Marcos/Foto: Pedro Costa

Após 100 dias da pandemia no Brasil, novas mudanças na rotina das pessoas e das organizações já começaram a acontecer devido a queda de indicadores dos casos de COVID-19 e reabertura de alguns setores do comércio, da indústria e do entretenimento. Devido a isso, alguns Estados e Municípios começaram a orientar a elaboração dos planos de reabertura das atividades econômicas. Dependendo da localidade, o Poder Público está adotando regras heterogenias. Em alguns municípios temos orientações mais rigorosas e detalhadas. Já em outros, ficará a cargo de cada associação, sindicato ou o próprio empresário criar as suas metodologias para a reabertura da atividade.

Para as diferentes lideranças, essa (re)abertura significará novos desafios, inseguranças, bem como novas formas de relacionamento com as diferentes partes interessadas (clientes, fornecedores, colaboradores, entre outros). Assim, em um momento de incertezas e oportunidades, o empreendedor antes de entrar nesse novo ciclo de funcionamento deve criar um planejamento focado no equilíbrio econômico e nas necessidades do seu público de interesse. Se atentando para:

Espaço físico: realização de estudo de viabilidade econômica e financeira com o objetivo de verificar se os custos atuais serão cobertos após a reabertura. O desafio é verificar se o número de clientes atendidos por dia, semana e mês cobre todos os custos, além da manutenção do seu negócio. Cabe lembrar que um elevado número de empreendimentos não poderá atender 100% da sua capacidade. As novas regras, principalmente as do distanciamento social, implicarão obrigatoriamente em um remodelamento dos negócios.

Colaboradores: adotar e reforçar ações de biossegurança do trabalhador; desenvolvimento de um plano didático voltado para atitudes e hábitos que o colaborador deverá adotar antes, durante e depois da sua jornada de trabalho; criação de nova jornada de trabalho que evite aglomeração no local e que possibilite o deslocamento dos colaboradores em horários alternativos. As medidas de prevenção e proteção devem ser amplamente divulgadas para todas as partes interessadas para que não gere insegurança.

Clientes: o líder tem que ter em mente que a sociedade está em processo de adaptação ao novo cenário. Assim, o negócio tem duas responsabilidades junto ao cliente. O primeiro é educá-lo para receber um “novo serviço”. A comunicação é peça-chave nesse momento. O segundo é criar um ambiente com ações de limpeza e higiene que faça o cliente ter uma percepção de segurança com a sua saúde e a da coletividade.

Fornecedores: o gestor deverá abrir um canal de negociação e dialogar com todos os seus fornecedores com o intuito de demonstrar que o novo cenário exigirá mudanças nos padrões de fabricação, embalagem, transporte, armazenamento, tempo de entrega, recebimento e pagamento das mercadorias e produtos. Deve-se criar um plano com atitudes, hábitos, procedimentos, práticas, entre outras ações que o fornecedor deverá adotar.

Cabe descrever, ainda, que podem existir outras orientações a depender do segmento e especificidade de cada negócio e organização. Mas o foco nesse momento é demonstrar para o seu público de interesse que o seu negócio é resiliente - porque está superando a crise e se preocupa com a coletividade.

Por fim, é válido reforçar que o plano de (re)abertura deve ser acompanhado de uma estratégia de comunicação assertiva. De modo que a mensagem seja bem compreendida e que os canais estejam disponíveis não só para compra, mas para consulta e orientação. Informações de biossegurança, horário de funcionamento, preço e de outras ações que estão sendo desenvolvidas transmitem segurança - e são elementos de humanização do atendimento.

Em um momento de incertezas e inseguranças, os líderes dos diferentes setores sociais são responsáveis pela condução e cuidado da criação de um novo cotidiano de vida.

Sobre os autores

Taiana Jung

Gestora Técnica da Logos Consultoria

Atua há mais de 15 anos nas áreas de planejamento estratégico, pesquisa, formação e avaliação. Possui larga experiência em facilitação e mediação de eventos e formações. É Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisa Social (ENCE/IBGE), Personal Coach (Sociedade Brasileira de Coaching), Mediadora de conflitos (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), Especialista em Organização Espacial do Rio de Janeiro e Licenciada em Geografia (UFF). No setor público, foi chefe do Centro Social da Fundação Leão XIII. Na área acadêmica, já atuou como Professora no curso de graduação em Geografia (UERJ-FFP) e como Pesquisadora convidada do Departamento de Endemias (ENSP/Fiocruz). Compõe o grupo de orientadores do CIEDS. Atualmente, é gestora do Grupo de mulheres “Somos Empreendedoras”, com mais de 160 participantes em Niterói. Desde 2008, é sócia gerente da Logos Consultoria, na qual exerce a função de diretora técnica.

Rui Marcos

Gestor Administrativo-Financeiro da Logos Consultoria

Possui 20 anos de experiência nas áreas de educação e ensino, planejamento com ênfase em ordenamento territorial urbano e ambiental. Conhecimentos sólidos em gestão e planejamento estratégico. É Mestre em Engenharia de Transportes (COPPE-UFRJ). Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental (UVA). Graduado em Geografia (UFF) e Administração (UCAM). Na área de planejamento urbano foi chefe do departamento de urbanismo da Prefeitura de Niterói-RJ, sendo gestor de equipe e responsável por projetos de gestão ambiental e delimitação de áreas de preservação. No campo acadêmico foi professor da pós-graduação no Curso de Especialização em Gestão, Planejamento e Licenciamento Ambiental da Universidade Salgado de Oliveira/Niterói-RJ. Desde 2008, é sócio da Logos Consultoria, atua como diretor administrativo e implementou o modelo de gestão da empresa.

Canal de contato: http://www.espacologos.com.br/


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