16/06/2020 às 21h31min - Atualizada em 16/06/2020 às 21h31min

Em resposta a Bolsonaro, Celso de Mello diz que STF precisa resistir à “vocação de ditadores”

Durante sessão da 2ª Turma do STF, o ministro Celso de Mello classificou como “inconcebível” a existência, no íntimo do aparelho de estado brasileiro, de um “resíduo” de autoritarismo.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal federal (STF), rebateu declarações de Jair Bolsonaro (Sem Partido) e classificou como “inconcebível” a existência “no íntimo do aparelho de estado brasileiro” de um “resíduo” de autoritarismo que “insiste em proclamar que poderá desrespeitar, segundo sua própria vontade arbitrária, decisões judiciais”.

A reação do ministro foi em resposta ao ataque de Bolsonaro que disse estar “sendo complacente demais” com o STF e disse que o inquérito sobre fake news “serve para o interesse apenas dele”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.

“Esse discurso não é um discurso próprio de um estadista comprometido com o respeito, a ordem democrática e que se submete ao império da Constituição e das leis da República”, enfatizou o ministro durante sessão da 2ª Turma da Corte.

O ministro elogiou discurso em que a ministra Cármen Lúcia, presidente da Turma, afirmou que a ação de “uns poucos” não instalará “temor ou fraqueza” nos integrantes da magistratura brasileira.

O ministro, que é o decano da Corte, disse ainda que é “essencial relembrar a cada momento das lições da história, cuja advertência é implacável”.

Citando o ex-ministro do STF Aliomar Baleeiro, Celso de Mello afirmou que “enquanto houver cidadãos dispostos a submeter ao arbítrio, sempre haverá vocação de ditadores”. E defendeu a necessidade de “resistir” usando ferramentas previstas na Constituição.

“É preciso resistir, mas resistir com as armas legítimas da Constituição e das leis do estado brasileiro e reconhecer na intendência da Suprema Corte, como salientava o saudoso ministro Aliomar Baleeiro, a sentinela de liberdades”. “Porque sem juízes independentes jamais haverá cidadãos livres neste país”.


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