10/06/2020 às 12h52min - Atualizada em 10/06/2020 às 12h52min

Maia diz que operação da PF contra Witzel vazou ou Carla Zambelli tem “bola de cristal”

Presidente da Câmara disse ser “natural” a polícia informar o presidente da República sobre eventuais operações que mirem governadores, mas condenou o suposto vazamento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta quarta-feira (10) que a deputada federal Carla Zambelli (PSL) pode ter recebido informações antecipadas sobre a operação da Polícia Federal (PF) que atingiu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em maio.

Maia afirmou que, ou houve vazamento da operação, ou a parlamentar tem uma “bola de cristal”.

Em 25 de maio, um dia antes da ação da PF ser deflagrada, Zambelli concedeu entrevista à Rádio Gaúcha e disse que governadores seriam alvo de operações da Polícia Federal para investigar desvios na área de saúde.

No dia seguinte, 26 de maio, a polícia deflagrou a Operação Placebo e cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do governo do Rio. Witzel é crítico do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido).

Na entrevista, Zambelli, uma das principais aliadas de Bolsonaro, falava sobre a saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro do governo. Ela disse que, agora, a PF começaria a fazer algumas operações. A deputada mostrou ter conhecimento de investigações da PF relativas a governadores.

Nesta quarta-feira (10), em entrevista à mesma Rádio Gaúcha, Maia foi questionado sobre os vazamentos e uma suposta interferência na PF. Ele disse ser “natural” a polícia informar o presidente da República sobre eventuais operações que mirem governadores, mas condenou vazamento de informações à deputada.

“Acho que é natural que uma operação que envolva um governador o Presidente da República receba a informação não do conteúdo, mas do que pode acontecer. Certamente entre o Diretor da PF, o ministro, o Presidente, alguém vazou a informação para deputada”, declarou. “Claro que não é o correto”, completou.

Questionado sobre se acredita que, de fato, houve, vazamento, Maia respondeu: “Se não houve ela tem bola de cristal. Uma coisa ou outra. Vamos ver”, declarou.

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pediu ao Ministério Público Federal (MPF) a apuração sobre o suposto vazamento da operação.

Segundo o ministro, se o vazamento for confirmado, será necessário responsabilizar penalmente o autor da conduta ilícita, como forma de não prejudicar a integridade das instituições.

Na condição de relator do caso, o ministro do STJ é o responsável por atender o pedido do Ministério Público e autorizar a deflagração da operação que foi realizada no Rio.


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