A crise do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) está refletindo em sua base de apoiadores no empresariado. O Instituto Brasil 200, que tem como objetivo elaborar propostas neoliberais para os governos, tem algum de seus integrantes na mira do inquérito que apura financiamento de fake news nas redes sociais. O apoio ao governo federal tem desagradado alguns dos membros que reclamam de uma “politização da instituição”, segundo artigo publicado no jornal O Globo.
O grupo inicialmente foi criado como uma plataforma para a campanha presidencial do dono da Riachuelo, Flávio Rocha, que acabou não acontecendo. A organização chegou a ter apoio de cerca de 200 deputados no Congresso, sendo importante na campanha pela reforma da Previdência. O grupo entretanto está perdendo apoio internamente e dentro do próprio Legislativo ao se manter aliado com o bolsonarismo.
Em maio, Flávio Rocha se desligou do instituto e foi logo seguido por João Appolinário, do Polishop, Sebastião Bomfim, da Centauro, e Hélcio Honda, da FIESP e que já foi vice-presidente da entidade.
Setores do instituto empresarial estão contra os ataques feitos à China (maior parceiro comercial do País) e o apoio à flexibilização das armas pelo Planalto, de acordo com O Globo, que ouviu alguns dos integrantes.
Entretanto, o presidente da organização, Gabriel Kanner, sobrinho de Rocha, continua defendendo o governo. Ele se coloca a favor do armamento e da reabertura do comércio o mais rápido possível. O empresário ainda defende os ataques contra a China, repetindo declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Outro setor de crise e pressão dentro do instituto é a investigação de dois membros por financiamento de fake news para atacar o Congresso e defender o Planalto: Luciano Hang, dono da Havan, e Edgard Corona, dono da Smart Fit.