09/06/2020 às 14h08min - Atualizada em 09/06/2020 às 14h08min

Partido boliviano pede investigação de supostas viagens de avião presidencial ao Brasil

Candidato à presidência da Bolívia pediu abertura de investigação sobre voos reservados de avião presidencial para o Brasil depois da destituição de Evo Morales, relatados por jornal argentino.

Luís Arce, o candidato à presidência da Bolívia pertencente ao Movimento ao Socialismo (MAS), pediu que se investigassem voos reservados que teriam sido feitos pelo avião presidencial do país para o Brasil após o golpe de Estado de novembro de 2019.

“Pedimos uma investigação da Assembleia sobre os voos realizados pelo avião presidencial boliviano para o Brasil nos dias seguintes ao golpe, como confirmado pelos registros de voo das companhias aéreas independentes”, postou Arce nas redes sociais.

O candidato do partido liderado pelo ex-presidente Evo Morales (2006-2019) foi o primeiro a se manifestar sobre a denúncia feita pelo jornal argentino Página 12, reproduzida pela mídia local, de que o avião FAB001 fez viagens não declaradas ao Brasil entre novembro de 2019 e maio de 2020.

O governo de transição de Jeanine Áñez não comentou imediatamente este caso, o que se somaria às recentes denúncias de usos irregulares de aviões militares, como um de suposto turismo da filha da presidente Jeanine Áñez e outros em que foram transportadas pessoas não autorizadas.

Segundo a reportagem, o avião presidencial boliviano, um moderno Dassault Falcon 900 da indústria francesa comprado pelo governo Morales, realizou várias viagens entre novembro de 2019 e maio deste ano entre Bolívia e Brasil, e dentro do território brasileiro.

No total foram registrados 25 voos por um serviço global de rastreamento de tráfego aéreo, informou o Página 12, destacando que os voos internacionais observados pelo avião presidencial foram apenas para o Brasil, cujo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) apoia a administração de Áñez.

O relatório não confirmou se a presidente estava em algum desses voos, o que teria sido uma irregularidade, pois não houve notificação oficial de que o governo estava nas mãos da substituta constitucional, a presidente parlamentar Eva Copa.

A denúncia do jornal argentino coincidiu com versões publicadas nas últimas semanas por ativistas de redes sociais, que chegaram a publicar fotografias do FAB001, reconhecíveis por sua cauda multicolorida que funde a bandeira boliviana e a bandeira indígena Wiphala.


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