A Universidade Johns Hopkins excluiu neste sábado (6) o Brasil do balanço global sobre coronavírus um dia após o governo mudar a divulgação do boletim diário que mostrava o avanço da pandemia da Covid-19 no país.
O levantamento da instituição dos EUA é referência no acompanhamento da doença pelo mundo. Antes da alteração, o Brasil aparecia em segundo lugar no ranking internacional de casos e em terceiro no de óbitos. O país, no entanto, deixou de figurar em ambas as listas.
Também neste sábado, Jair Bolsonaro (Sem Partido) confirmou que o governo passou a adotar uma nova sistemática para prestar informações sobre o coronavírus. Em uma rede social, ele informou que “o Ministério da Saúde adequou a divulgação dos dados sobre casos e mortes relacionados ao Covid-19”.
Uma das mudanças é que o boletim diário do ministério, divulgado na sexta-feira (5), trazia apenas o número de recuperados, novos casos e mortes registrados nas últimas 24h. Antes, o quadro apresentava também os números totais, registrados desde o início da pandemia.
Outra alteração é que o boletim passou a ser divulgado pelo ministério por volta das 22h. Inicialmente, essa divulgação ocorria às 17h - depois, passou para 19h.
A divulgação às 22h começou nos últimos dias sem que o Ministério da Saúde desse uma justificativa para o atraso.
Além disso, o portal do governo federal que traz os números da pandemia no Brasil saiu do ar na noite da sexta-feira. Ao ser acessada, a página apresentava apenas a mensagem “Portal em Manutenção”. Ela voltou por volta das 17h deste sábado.
No entanto, o portal retornou reformulado e com dados ínfimos, se comparado à versão anterior. Não há, por exemplo, informações detalhadas sobre cada estado - nem o total acumulado de contágios e de mortes. Ou seja, ficou igual ao boletim que o ministério passou a divulgar.
A nova configuração também não permite baixar um arquivo com as bases de dados, opção que existia anteriormente.