02/06/2020 às 12h09min - Atualizada em 02/06/2020 às 12h09min

Bolsonaro entrega cargos a caciques investigados no mensalão e na Lava Jato

Caciques do PP e do PL, respectivamente, Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto indicaram presidentes e diretores de autarquias importantes do governo federal, enquanto Roberto Jefferson (PTB) tem sido mais explícito em suas manifestações de apoio a Bolsonaro mas ainda não emplacou aliados no governo.

Jair Bolsonaro (Sem Partido), que, no passado, criticou o “Centrão”, um aglomerado de partidos fisiológicos com atuação no Congresso, está entregando cargos no governo federal a partidos desse agrupamento, dentro da estratégia de construir uma base de apoio sólida entre parlamentares no Parlamento, informa reportagem do Portal UOL.

Caciques do PP e do PL, respectivamente, Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto indicaram presidentes e diretores de autarquias importantes do governo federal, enquanto Roberto Jefferson (PTB) tem sido mais explícito em suas manifestações de apoio a Bolsonaro mas ainda não emplacou aliados no governo.

Em comum, além de chefiar partidos do “Centrão”, os três figuraram em escândalos recentes de corrupção, como o mensalão, e a Operação Lava Jato. Jefferson e Valdemar Costa Neto chegaram a ser condenados pela participação no esquema de compra de apoio parlamentar durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

O senador Ciro Nogueira, comanda o Progressistas, partido do Centrão que também participou do acordo de distribuição de recursos do mensalão. A legenda foi denunciada como pessoa física na Operação Lava Jato. Bolsonaro foi filiado ao PP de 2005 a 2016. Nogueira já foi alvo de pelo menos duas operações da Polícia Federal e é réu no STF desde 2019, sob a acusação de organização criminosa. Em fevereiro deste ano, foi denunciado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O cacique do PP emplacou Marcelo Lopes da Ponte, seu ex-chefe de gabinete, na presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, autarquia ligada ao Ministério da Educação, que em 2019 administrou o orçamento de aproximadamente R$ 50 bilhões.

Em 2012, Valdemar Costa Neto chegou a ser preso após ter sido condenado pelo esquema do mensalão. Cacique do PL, nome pelo qual atende agora o Partido da República (PR), o ex-deputado federal indicou o novo presidente do Banco do Nordeste, Alexandre Borges Cabral. O político também conseguiu emplacar uma diretoria no FNDE e emplacou um aliado na diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Já o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, denunciou o esquema do mensalão, que se tornou escândalo durante o governo de Lula. Jefferson foi condenado pelo STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e teve seu mandato como deputado federal cassado em 2005. Nos últimos meses, o cacique do PTB intensificou demonstração de apoio a Jair Bolsonaro mas o PTB, até agora, não foi agraciado pela partilha de cargos federais na negociação do governo Bolsonaro com o “Centrão”.


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