Nos primeiros nove meses de 2019, dados de alertas do instituto mostram que a floresta perdeu 7.853 km² de cobertura vegetal. Devastação já ultrapassa toda a registrada durante o ano passado. O desmatamento na Amazônia cresceu 92,7% entre janeiro e setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicam dados divulgados na sexta-feira (11) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A destruição da floresta nestes primeiros nove meses já ultrapassou em 58,7% toda a registrada no ano inteiro de 2018.
De acordo com dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), entre janeiro e setembro deste ano, a Amazônia perdeu 7.854 km² de cobertura vegetal. Somente no mês de setembro foram devastados 1.447 km², o que corresponde a um aumento de 96% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com base em imagens de satélites, o Deter dispara alertas sobre áreas que estão sendo desmatadas. Os informes podem ser usados para indicar tendências de aumento ou diminuição no desmate e servem de parâmetro para que os fiscais do Ibama atuem nas regiões mais ameaçadas. Dados sobre a destruição total da floresta por ano são registrados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), também do Inpe, e serão divulgados em novembro.
Devido ao desmatamento e às queimadas na região, Bolsonaro se tornou alvo de pesadas críticas de políticos europeus, que ameaçaram suspender o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Alguns políticos alemães chegaram a pedir sanções ao Brasil em razão da maneira como o governo Bolsonaro lida com o meio ambiente.
O Brasil abriga 60% da Floresta Amazônica, que é um regulador chave para os sistemas vivos do planeta e também para o índice de chuvas no país. Suas árvores absorvem cerca de 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano e liberam 20% do oxigênio do planeta.
Depois de ter sido considerado uma história de sucesso ambiental, o Brasil vem perdendo esse espaço, principalmente, desde a eleição de Bolsonaro, que já declarou várias vezes a intenção de explorar a floresta e negou a existência das mudanças climáticas. Devido ao discurso do presidente e à agenda ambiental do governo, especialistas temem que o desmatamento atinja níveis alarmantes nos próximos anos.