26/05/2020 às 10h37min - Atualizada em 26/05/2020 às 10h37min

PF faz buscas contra governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em investigação sobre hospitais de campanha

Operação Placebo, autorizada pelo STJ, busca provas em 12 endereços. Witzel negou participar de qualquer esquema. “A interferência anunciada pelo presidente da República [na Polícia Federal] está devidamente oficializada”, respondeu.

A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã desta terça-feira (26) a Operação Placebo, sobre suspeitas de desvios na Saúde do Rio de Janeiro para ações na pandemia de coronavírus. São 12 mandados de busca e apreensão - um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC).

Equipes da PF também foram mobilizadas para a casa onde Witzel morava antes de ser eleito, no Grajaú, e no escritório de advocacia do governador, que é ex-juiz federal.

Witzel se manifestou às 9h40 e negou participar de qualquer esquema.

“A interferência anunciada pelo presidente da República [na Polícia Federal] está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça,” disse.

A investigação aponta ainda “vínculo bastante estreito e suspeito” entre a primeira-dama e as “empresas de interesse de Mário Peixoto” - o empresário, dono de fornecedoras para governos, foi preso na Operação Favorito, no último dia 14.

Helena Witzel, que possui um escritório de advocacia, tem um contrato de prestação de serviços com a DPAD Serviços Diagnósticos, segundo a investigação. O MPF relata ainda comprovantes de transferência de recursos entre a empresa.

No endereço eletrônico de dois suspeitos de integrar a organização chefiada por Mário Peixoto teriam sido encontrados “documentos relacionados a pagamentos para a esposa do governador”.

As empresas de Peixoto têm contrato com o governo desde a gestão de Sérgio Cabral (MDB) e os mantêm na de Witzel. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a manutenção dos acordos se deu por meio do pagamento de propina.

Outros alvos da ação desta terça-feira são Gabriel Neves, ex-subsecretário de Saúde de Witzel preso na Operação Mercadores do Caos, e o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), Organização Social (OS) contratada pelo governo do Rio de Janeiro para a construção de sete hospitais de campanha no estado.

Equipes foram para a casa de Gabriel, no Leblon, e nos escritórios da Iabas no Centro do Rio e em São Paulo, onde fica a sede da OS.

A assessoria do Iabas informou por volta das 8h20 que ainda não tem informações e que se posicionará depois.


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