26/09/2019 às 08h52min - Atualizada em 26/09/2019 às 08h52min

Com governo sem rumo, aliados se afastam e ampliam isolamento de Bolsonaro

Em apenas nove meses de governo, Jair Bolsonaro vem perdendo apoio não apenas junto à população, mas também no círculo mais próximo de aliados.

A perda de apoio de Jair Bolsonaro (PSL) não se reflete apenas nas pesquisas junto à opinião pública, mas também no círculo mais próximo de aliados. Em apenas nove meses, antigos apoiadores como empresários, profissionais de comunicação, parlamentares e até ex-ministros estão se distanciando cada vez mais do ex-capitão e do próprio governo. As motivações vão desde a disputa por espaço político nas eleições do próximo ano, como devido a divergências em relação às demissões registradas e a ingerência dos filhos do ex-capitão na atual gestão.

Entre os nomes que já se afastaram estão os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que eram vistos como potenciais cabos eleitorais dos candidatos apoiados por Bolsonaro nas eleições do próximo ano, destaca reportagem do jornal Valor Econômico. Nem mesmo o mote da luta contra a corrupção, um dos pontos da campanha presidencial que elegeu Bolsonaro, tem encontrado eco junto aos apoiadores.

A indicação de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os movimentos do governo para impedir a criação da CPI da Lava Toga foram vistos como uma tática para barrar as investigações que envolvem o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro (PSL), no chamado Caso Queiroz. As investigações visam apurar suspeitas de desvios e apropriação irregular de salários de servidores na época em que ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A movimentação levou ao afastamento de comunicadores digitais ligados a extrema direita e terminou na saída da senadora Selma Arruda do PSL e posterior migração para o Podemos. O senador Major Olímpio (PSL) também vem demonstrando insatisfação com os rumos do governo e já vem sendo sondado por outras legendas. O deputado federal Alexandre Frota, que integrou a tropa de choque bolsonarista, também deixou o partido criticando o governo e migrou para o PSDB.

Até mesmo grupos de extrema direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL), que deu suporte e apoio a Bolsonaro na eleição de 2018, estão cada vez mais distantes. O deputado Kim Kataguiri (DEM), vem criticando cada vez mais a gestão bolsonarista e ampliando o isolamento do atual ocupante do Palácio do Planalto.


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