O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, terá dificuldade no posto. Maia considerou que a nomeação de Ramagem, que aconteceu nesta terça-feira (28), foi polêmica e que a PF é uma corporação independente.
“Olha, não conheço o quadro que foi para Polícia Federal. Acho que ele vai ter dificuldades na corporação, da forma como ficou polêmica a sua nomeação. A gente sabe que a Polícia Federal é uma corporação muito unida, que trabalha de forma muito independente, qualquer tipo de interferência é sempre rechaçada e sempre foi assim”, disse Maia em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
Ramagem assumiu hoje o posto, no lugar de Maurício Valeixo, demitido por Jair Bolsonaro (Sem Partido) na última sexta-feira (24). Com a queda de Valeixo, o então ministro da Justiça Sergio Moro pediu para sair do governo e fez acusações de que Bolsonaro quer intervir politicamente e ter acesso às investigações da Polícia Federal.
Ramagem é próximo à família de Bolsonaro. O novo diretor-geral da PF passou o ano novo junto do filho do presidente Carlos Bolsonaro (Republicanos) e fez a segurança do então candidato Jair Bolsonaro, em 2018.
Maia também fez considerações sobre o novo ministro da Justiça, André Mendonça, que estava à frente da Advocacia-Geral da União (AGU).
“Em relação ao ministro, o ministro André fazia um ótimo trabalho na AGU. Acho que vai fazer um ótimo trabalho no ministério da Justiça, um quadro preparado e equilibrado”, afirmou.
O deputado também disse que o novo AGU, José Levi, é muito respeitado no mundo jurídico.
“São duas escolhas que acredito que podem de fato ajudar o governo do ponto de vista de sua interlocução com o Poder Judiciário”, disse sobre Mendonça e Levi.