27/04/2020 às 20h30min - Atualizada em 27/04/2020 às 20h54min

Centrão pede cargos para impedir impeachment de Bolsonaro

Bloco informal de partidos negocia indicações no Porto de Santos, Funasa e no Ministério da Ciência e Tecnologia; Planalto analisa situação.

O Centrão vai cobrar uma fatura cada vez mais alta de Jair Bolsonaro (Sem Partido). Agora, o bloco informal de partidos se debruça sobre o mapa de indicações acertadas com o ministro Onyx Lorenzoni no tempo em que o atual titular da Cidadania ainda era chefe da Casa Civil. Entraram nas negociações, por exemplo, os comandos do Porto de Santos, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e até do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Na tentativa de construir uma base parlamentar no Congresso, o Palácio do Planalto promete destravar nomeações que não saíram do papel. Depois da crise que se agravou com a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, o governo aposta no Centrão para barrar pedidos de impeachment contra Bolsonaro.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro decidiu manter o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com o DEM, mas dividirá as diretorias da estatal entre outros partidos do Centrão. A empresa é uma das mais cobiçadas no Nordeste, principalmente em um ano eleitoral como este, por ser responsável pela realização de obras de infraestrutura em regiões carentes.

Nessa disputa por cargos, a cadeira de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, também entrou no jogo. Segundo informações, além de partidos como o PSD, presidido por Gilberto Kassab, a base evangélica de Bolsonaro também gostaria de indicar um nome para resolver pendências de rádios e TV. Kassab foi ministro da pasta na gestão de Michel Temer.

Sem apoio no Congresso, Bolsonaro mudou o modelo de articulação política adotado até aqui e passou a afagar o Centrão, a quem sempre carimbou como “velha política”, em troca de votos. O mapa do “toma lá, dá cá” ainda não está totalmente fechado, mas as negociações avançaram bastante.

O PP do senador Ciro Nogueira e do deputado Arthur Lira (AL), por exemplo, ficará agora com o comando do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dncos) e a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), além de uma diretoria da Codevasf.

Na outra ponta, o PL de Valdemar Costa Neto, por sua vez, terá o controle do Banco do Nordeste e da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, cargo que formula estratégias de combate ao coronavírus. Já o Republicanos do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, deverá ocupar uma secretaria no Ministério do Desenvolvimento Regional.


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