A informação divulgada pelo Ministério da Saúde sobre a situação do coronavírus nunca está atualizada. Por motivos óbvios, os exames para detectar a Covid-19 demoram para ser processados e figurar nas estatísticas, isto é, muitas pessoas morrem no dia, mas não figuram ainda nos dados oficiais do dia seguinte.
Reportagem do Portal UOL, mostra que dos 68 novos óbitos divulgados na contagem oficial do governo, apenas 13 haviam, de fato, falecido na data. Os 55 restantes morreram nos dias anteriores. A análise feita pelo veículo mostram que, até semana passada, a proporção era de duas mortes para cada morte divulgada. Há números inclusive que sugerem uma proporção ainda maior. No dia 17 de março, por exemplo, quando foi divulgada a primeira morte em decorrência do vírus, havia de fato 6 óbitos. No dia 19, com seis mortes oficiais, haviam morrido já 18 pessoas.
Ou seja, sendo o mais conservador possível, estima-se que cerca de 2 mil pessoas já morreram em decorrência do vírus no Brasil. Os dados oficiais giram em torno de 1,2 mil.
Além disso, a subnotificação atinge também o número de pessoas infectadas, pelo mesmo motivo, mas também pelo fato de que muitas pessoas que estão infectadas, sob suspeita, como não há testes massivos no Brasil, ficam em casa. Há estudos afirmando que para se chegar a um número parecido com a realidade seria preciso multiplicar os casos oficiais por 10 - ou até mais. Mas, seguindo declaração do próprio Ministério da Saúde, que naturalmente é mais conservador, 86% de todos infectados não são detectados. Isto significa que, já que são 20.727 infectados anunciados oficialmente, o número real pode corresponder 148.050 contaminados pelo vírus. Naturalmente, isso é apenas uma possibilidade.