Nas últimas horas o Brasil assistiu estarrecido uma disputa aberta entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e Jair Bolsonaro (Sem Partido), sobre a paternidade da Cloroquina. O medicamento composto por hidroxicloroquina é o novo “nióbio” do “Capitão Clorokina”.
O nióbio é um metal produzido no Brasil, maior produtor do mundo, também chamado de “ouro de tolo”. Sozinho ele não serve para nada. É usado em liga para deixar, por exemplo, o aço mais resistente. O controle da empresa que extrai o nióbio no País pertence à família Moreira Salles (banqueiros).
Na manhã de quarta-feira (8), o governador de São Paulo, João Doria, disse em coletiva que foi o coordenador Centro de Contingência ao Coronavírus de São Paulo, David Uip, que indicou o uso de cloroquina ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Canalha! Mil vezes canalha! O senhor não tem o mínimo de senso de escrúpulo! Não tem vergonha na cara, governador”, retrucou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), se referindo ao tucano paulista.
O filho de Jair Bolsonaro defende que a ideia para o uso do medicamento partiu do próprio governo federal.
A pronta e contundente reação de “Dudu Bananinha” foi levada à noite ao pronunciamento oficial do presidente da República em cadeia de rádio e televisão.
“Há pouco conversei com o doutor Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o Juramento de Hipócrates ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos”, exaltou o presidente Bolsonaro.
“Temos mais boas notícias. Fruto de minha conversa direta com o primeiro-ministro da Índia, receberemos até sábado matéria-prima para continuar produzindo a hidroxicloroquina, de modo a podermos tratar pacientes da Covid-19, bem como malária, lúpus e artrite”, continuou em seu pronunciamento.
O fato é que o novo “nióbio” de Bolsonaro, disputado por Doria, é “business” na veia.
Bolsonaro e Doria estão atrás dos seguintes princípios ativos da Cloroquina: bufunfa, money, dinheiro, grana, gaita, cascalho, pecúnia, pila, prata, verba, tutu, pé-de-meia, etc.
A indústria farmacêutica ri à toa dos brasileiros, que, assustados pela velha mídia, esperam uma cura milagrosa para o coronavírus.
No Brasil, o medicamento composto por hidroxicloroquina é produzido por uma empresa farmacêutica que tem como dono um grande entusiasta do bolsonarismo.
A Apsen, que registrou lucro de R$ 696 milhões em 2018, produz o Reuquinol, que Bolsonaro mostrou até para os líderes do G-20 por teleconferência.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assim como Jair Bolsonaro, defende o uso da cloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, apesar de não haver estudos comprovando sua eficácia, figura entre os acionistas da Sanofi, indústria farmacêutica francesa que detém a patente da droga.
Será que a Cloroquina, assim como o nióbio, é o novo “ouro de tolo” que Bolsonaro e Doria tentam vender à população brasileira? A conferir.