22/06/2024 às 13h16min - Atualizada em 22/06/2024 às 13h16min

Educação: inteligência artificial pode prejudicar a motivação durante o estudo, dizem 10% dos brasileiros

Para 9 em cada 10 entrevistados pela Preply, o sucesso do aprendizado se deve, em boa parte, aos professores “de carne e osso”.

Redação
Plataforma Preply
Foto: iStock
Embora sejam inegáveis as revoluções promovidas pela inteligência artificial na educação, aparentemente, existe algo que as novas tecnologias jamais darão conta de alcançar: a conexão com os professores – fator essencial para o sucesso do aprendizado, de acordo com 9 em cada 10 brasileiros.
 
A constatação é do novo estudo da Preply, plataforma que, nas últimas semanas, ouviu estudantes de seis países (entre eles, o Brasil) e descobriu que, por aqui, parte de quem estuda via tais ferramentas (26%) teme que elas afetem o contato ou a motivação provenientes da interação com um tutor humano.
 
Isso porque, para compreender como pessoas de contextos distintos têm lidado com a IA na educação, a especialista em idiomas pediu que milhares de entrevistados compartilhassem suas experiências e percepções sobre o uso de plataformas do tipo para fins educativos, das vantagens aos receios comuns entre quem já as experimentou dentro e fora da sala de aula. Apesar da preocupação, a maioria dos brasileiros crê que o futuro da educação será um mix harmonioso entre tecnologia e interações humanas.
 
Inteligência artificial na educação: os receios mais comuns dos brasileiros
Mesmo tempos depois de sua chegada, ao que tudo indica, certos receios dos brasileiros em relação à inteligência artificial ainda persistem – sejam aqueles relacionados à sua rapidez, adaptabilidade ou a capacidade de, supostamente, superar o desempenho humano nas mais diferentes áreas.
 
Quando o assunto é o uso da IA para fins de aprendizagem, por exemplo, 16% dos estudantes ouvidos pela Preply compartilharam temer que a aposta em tais tecnologias para estudar não ofereça a mesma a conexão que têm com seus professores, percentual similar ao daqueles que atrelam a IA à perda da motivação que só um tutor “de carne e osso”, em tese, poderia oferecer (10%).
 
De toda maneira, como demonstraram os respondentes, nem toda preocupação está ligada à necessidade do aspecto humano, mas à segurança dos próprios dados – algo que, em um contexto de violações constantes à privacidade dos usuários, foi enfatizado por 15% dos estudantes, que revelaram falta de confiança em compartilhar informações privadas com sistemas de IA. 

 
Apesar de inquietações como essas, cabe dizer, ninguém parece negar que a adoção de ferramentas do tipo permanece trazendo ganhos consideráveis para quem pretende otimizar o próprio estudo.
 
Na opinião de 5 em cada 10 brasileiros, para se ter uma ideia, contar com a IA em meio a dúvidas de aprendizagem ainda é uma alternativa muito mais acessível, além de ajustável às mais diversas necessidades. Já para outros, são duas as grandes vantagens do estudo via plataformas: tanto a possibilidade de se aprender mais rápido (42%) quanto a de receber feedbacks imediatos a cada novo módulo (37%), o que facilitaria a identificação de dificuldades e pontos de melhoria.
 

Brasil é o país que mais valoriza interações humanas na educação
Entre receios e vantagens, se existe algo que o estudo da Preply descobriu é como, de forma geral, poucos brasileiros parecem dispostos a experimentar modalidades educativas que dispensem a presença de professores “de verdade”.
 
Quando solicitados a avaliarem o papel da orientação e interação humanas, as respostas dos entrevistados foram quase unanimidade – com mais de 83% deles atribuindo importância máxima ao contato com profissionais de educação, bem como relacionando parte do sucesso do aprendizado à atuação dos professores (89%).
 
Não por acaso, ao longo do levantamento, 9 em cada 10 brasileiros disseram concordar que “todo mundo tem pelo menos um grande professor que mudou sua vida”.
 
Trata-se, nesse ponto, de números muito mais significativos que os encontrados pela plataforma em países como os Estados Unidos (69%), Itália (59%) e Espanha (76%), onde as porcentagens de estudantes que avaliam a interação com professores como “importante” ou “muito importante” não chegam a 80%.
 
Mas, afinal, que características fariam de alguém um bom professor de acordo com os respondentes? Aparentemente, ao menos três atributos essenciais: a dedicação e comprometimento com o sucesso dos alunos (29%), habilidades de simplificar assuntos complexos (25%) e, por fim, a primordial paixão pelo ensino (23%) – esse ingrediente que até as melhores inteligências artificiais jamais serão capazes de imitar.
 

Metodologia
Para compreender como alunos de diferentes países percebem o uso de inteligências artificiais na educação, recentemente, foi realizada uma pesquisa quantitativa com 2503 participantes de painéis online nos EUA (500), Alemanha (401), Espanha (400), Itália (402), Polônia (400) e Brasil (400), todos eles profissionais que estão aprendendo idiomas. Os respondentes, que atuam em áreas como negócios, gestão, TI e finanças, foram divididos por gênero (1.280 homens e 1.219 mulheres) e faixa etária (685 da geração Z, 952 da geração Y e 866 da geração X).
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