17/06/2024 às 13h29min - Atualizada em 17/06/2024 às 13h29min

Doação de sangue: campanha Junho Vermelho combate mitos

Mês é dedicado à conscientização sobre a importância de ser um doador.

Redação
Foto: Dra. Camila Gonzaga, médica hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS)
A doação de sangue é um gesto genuíno de altruísmo e uma contribuição valiosa para o sistema de saúde e para a comunidade como um todo. A campanha Junho Vermelho, criada para trazer conscientização e incentivo ao ato, destaca a necessidade contínua de doadores e inspira indivíduos a fazerem isso regularmente. O mês ainda marca o Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho.
 
Entre outras coisas, além de fornecer sangue para transfusões, a doação de sangue promove a conscientização sobre a importância da saúde pública e a solidariedade entre os membros da comunidade. De acordo com a Dra. Camila Gonzaga, médica hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), a doação garante ainda que uma engrenagem importantíssima continue a funcionar: que pacientes em situações de emergência ou tratamento de doenças crônicas tenham suas necessidades transfusionais atendidas, bem como acesso a medicações que são hemoderivadas, ou seja, produtos farmacêuticos derivados do sangue humano. “A manutenção do ciclo do sangue que se inicia com a doação mantém ativo o sistema de saúde – tanto público quanto privado”, afirma a médica.
 
A doação de sangue beneficia diversas pessoas, como pacientes submetidos a cirurgias, vítimas de acidentes ou de complicações durante o parto, além de portadores de doenças graves, queimaduras ou de patologias que possam gerar anemia e distúrbios de coagulação. É também possível citar pacientes em cuidados de UTI, que podem precisar de transfusão, pessoas com câncer ou doenças hematológicas primárias que passam por quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea – a lista é grande e a necessidade da conscientização é extremamente necessária.
 
No Brasil, a doação de sangue é regida pela Resolução da Diretoria Colegiada do Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nela fica estabelecido que pode ser doadora de sangue qualquer pessoa em boa condição de saúde, que tenha entre 16 e 69 anos, com peso mínimo de 50kg e que não apresente condições epidemiológicas ou comorbidades impeditivas, nem estilo de vida que aumente a probabilidade de ter uma doença infecciosa. A técnica mais utilizada para realização da doação é a flebotomia, como explica a hematologista. “Consiste no procedimento simples de punção venosa e retirada de volume de 405 a 495ml de sangue, a depender do peso do doador e outras variáveis”, explica a Dra. Camila.
 
Mitos e verdades
Apesar de ser simples, o ato ainda gera uma série de dúvidas e não é raro que alguns mitos impeçam as pessoas de aderirem ao hábito. Para ajudar a reverter esse cenário e contribuir para trazer a verdade dos fatos, Dra. Camila Gonzaga esclarece a seguir as principais dúvidas sobre doação de sangue.
 
O sangue doado pode me fazer falta?
Não. O volume retirado é menos de 10% da quantidade de sangue total do doador, que é reposta pelo organismo nas primeiras 24 horas após a doação.
 
Corro algum risco de contaminação na doação de sangue?
Não. Todo o material usado, inclusive os kits, são estéreis, descartáveis e apirogênicos, ou seja, livres de qualquer substância que possa desencadear uma resposta imunológica no corpo, como febre. Além disso, o doador passa por uma consulta, antes de doar, em que são avaliadas suas condições clínicas e seus sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corpórea, além de contagem estimada de células vermelhas do sangue.
 
Doar sangue afina o sangue?
Não existe relação da doação de sangue com a concentração e viscosidade sanguínea. Tal mito surgiu da correlação com o procedimento médico de Sangria Terapêutica, que é realizado com volume e intervalos diferentes do realizado na doação de sangue.
 
Preciso estar em jejum para doar sangue?
É contraindicado o jejum para realização da doação de sangue, porém é orientado ao doador que evite alimentos pesados e bebidas alcoólicas anteriormente à doação (24 a 12 horas antes).
 
Doar sangue aumenta o apetite?
Ao doar sangue você não tem alteração de apetite e não existe relação com engorda ou emagrecimento.
 
Quando eu doo sangue em nome de alguém, apenas aquele paciente irá receber minha doação?
A doação em nome específico de algum paciente não necessariamente irá diretamente para o endereçado, visto que existem propriedades biológicas que devem ser respeitadas, como a compatibilidade sanguínea. Mas, de qualquer forma, o paciente será beneficiado por aumentar a possibilidade de compatibilidade, além de manter o processamento com material o bastante para atender todos aqueles que necessitem da hemotransfusão.
 
Quais testes são realizados no meu sangue?
É realizada avaliação sorológica no sangue doado para pesquisar a possibilidade de doenças como Chagas, Hepatites B e C, HIV, HTLV e Sífilis. 
 
Como posso me beneficiar ao ser um doador?
Alguns estados como São Paulo e o Distrito Federal oferecem vantagens para os doadores regulares de sangue. Existem leis que isentam da taxa de inscrição os doadores de sangue que quiserem prestar concursos públicos realizados pela Administração Direta, Indireta, Fundações Públicas e Universidades Públicas do Estado. Para todo doador é fornecido atestado de doação com direito a afastamento de suas atividades no dia da doação.
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