25/03/2024 às 20h26min - Atualizada em 25/03/2024 às 20h26min

Guarda-costas de Brazão pegava dinheiro da milícia em igreja de Malafaia

Informação, tirada do disque-denúncia e presente no relatório da PF sobre o caso Marielle, aponta templo evangélico como local usado para pagamentos do crime organizado.

Redação
Foto: Google Street View/Reprodução – Igreja de Silas Malafaia na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro – RJ, citada no relatório da PF
Informações constantes no inquérito final da Polícia Federal (PF) sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, apontam que o segurança de um dos mandantes, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, identificado como Robson Calixto, o “Peixe”, recebia duas vezes por mês quantias originárias da arrecadação criminosa das milícias que operam na Zona Oeste do Rio de Janeiro – RJ numa igreja evangélica que é de propriedade de Silas Malafaia.
 
De acordo com o documento policial, a informação apareceu na investigação após ligações anônimas para o serviço de “disque-denúncia” do estado, conforme consta em imagem reproduzida na página 170 do relatório, que teve seu sigilo levantado neste domingo (24) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
 
“Na estrada citada, próxima da UPP da Taquara, localiza-se uma igreja evangélica do Silas Malafaia, onde pode ser encontrado o miliciano ‘Robson Calixto Fonseca’, de vulgo “Peixe”, nos dias 15 e 30 de todo mês, para receber a quantia que é arrecadada na região. Ele anda armado, é policial e segurança particular do deputado Domingos Brazão”, diz a denúncia anexada ao inquérito da PF, que data de 18 de junho de 2018.
 
A versão usada nesta reportagem do texto com a denúncia foi corrigida em seus vários erros de ortografia. No entanto, a expressão “UPP” está equivocada e se refere, na verdade, à “UPA” da Taquara, que de fato fica a cerca de 70 metros de distância da ADVEC, a “Assembleia de Deus Vitória em Cristo”, igreja da qual Silas Malafaia é dono. Não há Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região mencionada.
 
“Peixe”, conforme mostram as investigações, seria um policial militar atuante na milícia de Rio das Pedras há muitos anos, além de homem de confiança de Domingos Brazão, de quem realizava uma espécie de segurança improvisada, o acompanhando constantemente. O nome dele aparece em inúmeros outros inquéritos abertos pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Rio de Janeiro.
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