24/03/2024 às 16h33min - Atualizada em 24/03/2024 às 16h33min

“É uma vitória do Estado brasileiro”, diz Lewandowski sobre prisão dos suspeitos de serem os mandantes do crime

Ministro da Justiça concedeu coletiva de imprensa neste domingo (24) e destacou que, com essas prisões, “os trabalhos foram dados como encerrados”.

Redação
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Foto: Tom Costa/MJSP – Ministro Ricardo Lewandowski e diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante coletiva de imprensa neste domingo (24), no Ministério da Justiça e Segurança Pública
Em coletiva de imprensa na tarde deste domingo (24) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, falou sobre a operação que resultou na prisão preventiva de três suspeitos de serem os mandantes do atentado contra a vereadora carioca Marielle Franco, no qual também morreu o motorista Anderson Gomes. Os crimes ocorreram em 14 de março de 2018.
 
Para o ministro, a elucidação do crime é uma vitória para o país. “Este momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das nossas forças de segurança do país com relação ao combate ao crime organizado", disse.
 
A operação, denominada Murder Inc., resultou na prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil); do irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. A ação acontece 10 dias após o crime completar seis anos.
 
Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A Operação Murder, Inc. foi deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF).
 
Lewandowski destacou que as investigações avançaram graças ao empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Esta etapa mais importante das investigações foi vencida a partir da eleição e da posse do novo governo. E quando, com muita disposição e energia, se colocou a Polícia Federal e o meu antecessor, o ministro Flávio Dino, a serviço da elucidação desse crime”.
 
As prisões ocorrem após o STF homologar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que está preso desde 2019 sob acusação de ser um dos executores do crime. Lessa indicou quem eram os mandantes e a motivação do crime.
 
Segundo Lewandowski, com a prisão dos supostos mandantes, pode-se afirmar que o trabalho está encerrado. “É claro que podem surgir novos elementos que levarão eventualmente a um relatório complementar da Polícia Federal. Mas neste momento, os trabalhos foram dados como encerrados”.
 
Além dos três mandados de prisão preventiva, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, todos na cidade do Rio de Janeiro. A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
 
Durante a coletiva desta tarde, o diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, explicou que a operação Murder Inc. não exclui a possibilidade de outras medidas serem tomadas.
 
“Nesse momento, a Polícia Federal (PF) encerra essa fase da investigação, apontando não só os mandantes, mas também identificando aqueles executores e intermediários que, de alguma maneira, tenham relação com o crime. Mas isso não invalida que outras ações possam ser adotadas a partir, inclusive, dessa etapa de apreensões e análises de materiais que serão feitas”, disse.
 
Fortalecimento da Democracia
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, comentou sobre a importância das prisões deste domingo. "Dia importante que marca o verdadeiro motivo pelo qual a gente tem seguido de pé. Dia que a gente vai seguir acompanhando para que este desdobramento chegue de fato em uma prisão concreta e que a gente tenha informação dos verdadeiros motivos", afirmou Anielle.
 
“A gente vai seguir lutando por justiça, porque eu repito: responder ao crime da Marielle e do Anderson é dar uma resposta para o fortalecimento da democracia, é dar uma resposta para as pessoas que acreditaram e acreditam na Mari, é dar reposta para quem votou nela, para os favelados, para as pessoas que ela representava”, continuou a ministra.
 
Por meio do X (antigo Twitter), o ministro na Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, reforçou que começou, no Brasil, um novo tempo: o fim da era da impunidade.
 
“Hoje é um dia que a justiça brasileira avança e traz para família, amigos e a sociedade brasileira o resgate da esperança e a certeza de que a verdade prevalecerá. Que todos os responsáveis pelos assassinatos de Marielle e Anderson sejam julgados na forma da lei. O Brasil começa um novo tempo: o fim da era da impunidade. Que esse novo tempo chegue para a família de Marielle e para milhares de famílias que aguardam por justiça”, afirmou.
 
Por meio do Instituto Marielle Franco, a família Franco se manifestou sobre a operação Murder Inc. Leia a íntegra da nota:
 
Neste Domingo de Ramos, dia de celebrar nossa fé, a luta por justiça, e na liturgia o domingo que antecede a Páscoa sobre recomeços e ressurreição, acordamos com a notícia da operação conjunta da Procuradoria Geral da República, Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal.
 
Reconhecemos o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso, agora aguardamos o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da justiça.
 
Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos!
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