06/10/2019 às 12h12min - Atualizada em 06/10/2019 às 12h27min

Vaza Jato revela que Barroso, Fachin e Fux blindaram a Lava Jato no STF

Apesar de saberem que estavam cometendo ilegalidades, os procuradores contavam com o apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luiz Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, para blindar e validar os excessos cometidos pela operação.

Nova reportagem da Vaza Jato com base nas mensagens trocadas entre integrantes da força-tarefa da Lava Jato aponta que o ex-juiz e atual ministro da República, Sérgio Moro, e os procuradores da operação sabiam que estavam infringindo a lei ao vazar conservas telefônicas envolvendo a então presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de saberem que estavam cometendo ilegalidades, os procuradores contavam com o apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luiz Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, para blindar e validar os excessos cometidos pela operação.

Segundo a reportagem do site The Intercept Brasil, em parceria com o jornal Folha de S. Paulo, o procurador Andrey Borges de Mendonça ressaltou que seria “juridicamente difícil de argumentar” quanto a validade da prova e que o STF “não a aceitaria”. Um dos coordenadores da força-tarefa, Carlos Fernando Lima, porém, contra-argumentou que “nesta altura, filigranas não vão convencer ninguém”. Deltan Dallagnol, procurador responsável pela operação, encerrou o diálogo afirmando que decisão era política. “A questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político”, escreveu Dallagnol.

“Mendonça, ingênuo, acreditou que o STF trabalharia de acordo com a Constituição, enquanto Carlos Fernando e Dallagnol estavam certos de que os ministros julgariam com a faca no pescoço. A divulgação do áudio fazia parte da estratégia da Lava Jato de manipular a opinião pública e, assim, constranger os ministros”, destaca a reportagem.

“Àquela altura, graças ao apoio maciço e acrítico da grande imprensa - principalmente a Rede Globo - a Lava Jato era inquestionável. Foi assim, pressionado por uma opinião pública manipulada, que Gilmar Mendes decidiu anular a posse de Lula como ministro com base em um grampo que até mesmo os procuradores sabiam ser ilegal”, completa o texto.

Ainda conforme a reportagem, ministros do STF também atuaram como parceiros para blindar a Lava jato. “Barroso, Fachin e Fux eram tratados como aliados de altíssima confiança no STF entre os procuradores, como mostram as conversas reveladas pela Vaza Jato. Dallagnol e alguns desses ministros mantinham uma relação próxima, porém secreta. Os fatos são conhecidos, mas acabam se perdendo em meio a tantas revelações neste Brasil 2019. É importante relembrar como parte do STF foi fundamental para que a Lava Jato hackeasse o ordenamento jurídico brasileiro e impusesse o seu projeto de poder”, ressalta o texto.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp