26/10/2023 às 20h27min - Atualizada em 26/10/2023 às 20h27min

Em dia de adeus de ouro à ginástica e natação, remo tem brilho intenso com Lucas Verthein

Carioca de 25 anos conquista título inédito no single skiff e encerra um jejum de 36 anos do Brasil no topo do pódio da modalidade.

Redação
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Foto: William Lucas/COB – Lucas Verthein e o ouro inédito no remo
O “dia noticioso” da quarta-feira (26) teve concorrência aparentemente desleal para o remo. Foi o encerramento da natação, que deixou as piscinas de Santiago com 25 medalhas e mais um ouro de Guilherme Costa nos 1.500m livre (quarto dele na competição). Teve duas dobradinhas com brasileiros no encerramento da ginástica artística, com Rebeca Andrade e Flávia Saraiva na trave e Arthur Nory e Bernardo Miranda na barra. O boxe soma 20 vitórias em 21 lutas e já garantiu 12 das 13 medalhas possíveis. O vôlei feminino venceu batalha épica contra o México para chegar à final e o vôlei de praia se garantiu nas semifinais masculina e feminina.
 
Mas o feito de Lucas Verthein no single skiff do remo veio tão cheio de simbologias que vale deixar as histórias de natação, ginástica e outras modalidades para parágrafos mais abaixo. Lucas já havia sinalizado o alto nível de sua competitividade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, quando alcançou a semifinal e repetiu o melhor resultado do país na história, que até então era de Paulo Cesar Dvorakowski, nos Jogos de Moscou, em 1980.
 
Ontem, na raia de Laguna Grande San Pedro de La Paz, o atleta carioca de 25 anos chegou ao auge. Com a energia que restava nos braços, segurou a investida do norte-americano James Plihal no fim da prova para concluir os 2 mil metros de percurso em 6min58s76. Plihal foi prata (6min59s93) e o mexicano Juan Jose Rodriguez terminou com o bronze, em 7min01s27.
 
A conquista de Lucas deixou para trás um jejum de 36 anos do Brasil sem ouros no remo em Jogos Pan-Americanos. Lucas se tornou o primeiro brasileiro a vencer no skiff simples masculino. O último ouro do país, em Indianápolis, nos Estados Unidos (1987), havia sido na categoria dois sem, com os irmãos Ricardo e Ronaldo de Carvalho.
 
Total Parcial
No total, o Brasil somou mais 16 medalhas nesta quarta-feira (25) e chegou ao total de 61. São 14 ouros, 24 pratas e 23 bronzes. O país está em quarto lugar no quadro geral. Dos 18 atletas que subiram ao pódio nesta quarta, 17 são beneficiados pelo Bolsa Atleta do Governo Federal. Até agora, 63 atletas brasileiros medalharam, sendo 56 integrantes do programa do Governo Federal: 88,88% dos medalhistas brasileiros em Santiago.
 
“Esse resultado representa tudo. É um marco na história do nosso remo e o início de uma nova história. Só tenho a agradecer por estar vivendo esse momento e a todos que estiveram envolvidos. É um ouro histórico e agora quero mais. Quero a medalha olímpica e vou trabalhar muito por isso”, celebrou o campeão, que analisou seu desempenho na final.
 
“Foi muito disputado. Sabia que meu principal adversário era o americano, que cresce muito no final da prova. Então, vim consciente da remada e deu certo. Cheguei na zona vermelha cheio de energia para segurar os ataques dele e abrir a diferença para cruzar com o ouro para o Brasil”, disse Lucas. Na mesma prova, no feminino, Beatriz Cardoso conquistou a medalha de prata. Assim, o remo nacional se despede dos Jogos Pan-americanos com dois pódios.
 

Natação
A natação brasileira cumpriu com a competência habitual o seu papel nos Jogos Pan-Americanos. O Brasil fechou a participação com quatro novas conquistas. Além da medalha de ouro de Guilherme Costa nos 1.500m livre, veio a prata do revezamento 4 x 100m medley (Guilherme Basseto, João Gomes Jr., Vinícius Lanza e Guilherme Caribé), time que ficou atrás apenas dos Estados Unidos. Para fechar a conta, dois bronzes, um com Leonardo Coelho, nos 200m medley, e outro com Viviane Jungblut, nos 1.500m livre. No total, a seleção de natação terminou o Pan com 25 medalhas, sendo 7 ouros, 7 pratas e 11 bronzes. No quadro de medalhas da modalidade, o Brasil terminou em terceiro, atrás dos Estados Unidos, que somaram 46 pódios (19 ouros) e do Canadá, que somou as mesmas 25 medalhas do Brasil, mas teve 11 ouros.
 
Ginástica
Dobradinha de ouro e prata na trave e na barra, prata no solo, prata no salto. O último dia de competições da ginástica artística rendeu seis medalhas para o Brasil e permitiu ao país alguns marcos históricos.
 
O Brasil terminou em segundo no quadro geral da modalidade, com 14 no total (três ouros, nove pratas e dois bronzes). Em quantidade, o país superou inclusive os Estados Unidos, que somou 12, mas aparece à frente do quadro qualitativo por ter conquistado sete ouros.
 
Rebeca Andrade consolidou a fase iluminada e conquistou o ouro na trave, em dobradinha com Flavia Saraiva. Campeã olímpica e bicampeã mundial no salto, Rebeca disputou o Pan pela primeira vez. Um dia depois de comemorar o ouro no salto, ela totalizou 14.166 na apresentação da trave que lhe rendeu o topo mais uma vez.
 
“Estou feliz e orgulhosa por ter conseguido vir para cá depois de um Mundial tão longo, de fazer boas séries, boas apresentações. Eu me senti preparada e confiante. Foram ótimos os meus primeiros Jogos Pan-americanos. Não tenho do que reclamar”, afirmou Rebeca.
 
Flávia Saraiva conquistou a prata na trave e no solo e chegou a um total de dez medalhas individuais em Jogos Pan-Americanos, um recorde nacional levando em conta todos os esportes da competição continental.  Ela fica agora ao lado de Danielle Hypolito, também da ginástica artística, e de Larissa Oliveira, da natação.
 
“Estou me sentindo especial. Foi uma das minhas melhores competições na vida. É especial conquistar medalha no Mundial e nos Jogos Pan-americanos. Acho que não tem desejo maior de um atleta do que esse”, disse a ginasta, que passou por um período complicado devido a lesões nos últimos anos. “Isso me dá confiança novamente. Foram dois anos seguidos de cirurgias, o que mexe com a nossa cabeça. Minha confiança está bem alta e pretendo fazer séries mais difíceis ano que vem”, completou Flavinha.
 

Arthur Nory subiu ao topo do pódio da barra fixa e fez a festa com Bernardo Miranda, que ficou com a prata. O canadense Rene Cournoyer completou o pódio. Mais cedo, Nory ficou com a prata no salto, em disputa vencida pelo dominicano Audrys Min Reyes.
 
“Muito feliz, muito contente! Estávamos bem desgastados com a sequência de campeonatos, mas ao mesmo tempo felizes de estarmos aqui nos Jogos Pan-americanos, de buscarmos melhorar os nossos resultados. Em todos os aparelhos fui dando o máximo. A ginástica artística fez história e agora é comemorar e me preparar para as Copas do Mundo”, disse Nory.
 
Hipismo
Outro feito histórico veio no hipismo adestramento. João Victor Oliva conquistou a prata no individual. A única medalha individual do Brasil na modalidade até então era do cavaleiro Orlando Facada, bronze no Pan de Caracas 1983.
 
Badminton
No badminton, três medalhas para o Brasil! A prata veio com Davi Silva e Fabrício Farias nas duplas masculinas. E os bronzes vieram das duplas mistas, com Davi Silva e Sânia Lima, e das duplas femininas, com Juliana Oliveira e, de novo, Sânia Lima.
 
Vôlei
Foi com muita emoção e definido pela diferença mínima no tieabreak, mas a Seleção Feminina de vôlei está na final dos Jogos Pan-Americanos. A equipe mista do Brasil venceu o México por 3 sets a 2 na semifinal (25/17, 22/25, 27/25, 22/25 e 15/13, em 2h14min de jogo). Em busca do ouro, as brasileiras enfrentam a República Dominicana, nesta quinta-feira (26), a partir das 20h na Arena O’Higgins, em Santiago.

 
Vôlei de Praia
O Brasil está nas semifinais do vôlei de praia com suas duas duplas, masculina e feminina. Duda/Ana Patrícia e André/George venceram seus confrontos das quartas-de-final nesta quarta-feira (25) e vão brigar por medalhas no Pan.
 
Boxe
A delegação verde e amarela soma 20 vitórias em 21 lutas na competição até agora. São 12 brasileiros nas semifinais, com pelo menos o bronze já garantido. Ou seja, são pelo menos 12 medalhas em 13 possíveis. 
 
Tênis
No tênis, duas vitórias brasileiras pelos torneios de simples: no feminino, Carol Meligeni derrotou a boliviana Noelia Zeballos, e, no masculino, Thiago Monteiro venceu o chileno Gonzalo Lama. Os dois tenistas se classificaram para as quartas-de-final.
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