13/03/2020 às 11h25min - Atualizada em 13/03/2020 às 11h25min

Bolsonaro discursou para a claque no caso do coronavírus, diz Mello Franco

“Apesar de todos os alertas, o presidente só passou a levar a ameaça a sério quando a doença bateu à sua porta”, destaca o jornalista Bernardo Mello Franco. Dois dias após chamar a crise de “fantasia”, “Bolsonaro teve uma chance de mudar o tom em pronunciamento na TV. Preferiu usar o espaço para tratar dos protestos a seu favor”, ressalta.

O jornalista Bernardo Mello Franco diz, em sua coluna no jornal O Globo desta sexta-feira (13), “que parece que a ficha caiu” para Jair Bolsonaro em relação ao novo coronavírus. “Dois dias depois de chamar a epidemia do coronavírus de fantasia”, ele fez uma transmissão ao vivo na internet usando máscara. Apesar de todos os alertas, o presidente só passou a levar a ameaça a sério quando a doença bateu à sua porta”, destaca.

“O caso de Fabio Wajngarten ilustra os riscos de travar uma guerra permanente com os fatos. Na quarta-feira, a colunista Mônica Bergamo informou que o secretário de Comunicação Social havia se submetido ao teste do vírus. Ele sabia que a notícia era verdadeira, mas preferiu iludir a opinião pública e atacar o jornalismo profissional”, diz.

“Bolsonaro teve uma chance de mudar o tom em pronunciamento na TV. Preferiu usar o espaço para tratar dos protestos a seu favor. O presidente sugeriu que os atos fossem cancelados, o que já havia sido feito por grupos que o apoiam. Aproveitou para chamá-los de “espontâneos e legítimos”, apesar do patrocínio oficial e da pauta antidemocrática. Em vez de falar à nação, o presidente voltou a discursar para a claque”, afirma.


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