16/09/2023 às 11h59min - Atualizada em 16/09/2023 às 11h59min

Lula discursa na Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G77 + China, em Cuba

Presidente defendeu a criação de diretrizes que promovam a credibilidade das informações divulgadas em plataformas digitais.

Redação
Agência Gov
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou, neste sábado (16), na Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G77 + China, em Cuba. Em sua fala, o chefe de Estado comentou sobre a abrangência e a diversidade do G77. “Nosso grupo corresponde a 79% da população mundial e 49% do PIB global em paridade do poder de compra. Há quase 60 anos, tem sido um vetor de importantes mudanças nas instituições multilaterais. O G77 foi fundamental para expor as anomalias do comércio global e para defender a construção de uma Nova Ordem Econômica Internacional”.
 
Lula defendeu ainda a criação de diretrizes para regulamentar as plataformas digitais, com o objetivo de promover a confiabilidade das informações. “O projeto de diretrizes globais para a regulamentação de plataformas digitais da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] equilibra a liberdade de expressão e o acesso à informação com a necessidade de coibir a disseminação de conteúdos que contrariam a lei ou ameaçam a democracia e os direitos humanos”, afirmou.
 
Ainda durante o discurso, Lula falou sobre a importância da transição energética para um futuro mais sustentável e lembrou da Cúpula da Amazônia, evento realizado em Belém, no Pará, com o objetivo de estabelecer uma agenda comum de cooperação regional em favor do desenvolvimento sustentável da região Amazônica. 
 
“A emergência climática nos impõe novos imperativos, mas a transição [energética] justa nos traz oportunidades, com ela, podemos ter um ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, empregos dignos e crianças mais saudáveis. Vamos promover a industrialização sustentável, investindo em energias renováveis, na socio-bio-economia e na agricultura de baixo carbono. Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”, destacou.
 
Lula desembarcou na capital cubana na noite da sexta-feira (15), acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Saúde, Nísia Trindade; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, integram a comitiva brasileira no país caribenho.
 
Com o tema “Os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da Ciência, da Tecnologia e da Inovação”, o principal objetivo do encontro é promover a coordenação dos países em diversas agendas de interesse comum – econômico-comercial, climática, ciência e tecnologia, entre outras – de forma a obter mais influência no cenário internacional. Durante o encontro, está prevista ainda a adoção de uma declaração final, negociada nos últimos meses, que visa aprimorar a cooperação Sul-Sul.
 
O G77 + China é o maior bloco de países em desenvolvimento dentro da ONU e tem hoje 134 países-membros, após a entrada do Sudão do Sul em 2015, mas mantém o nome original por questões históricas. A iniciativa foi criada para auxiliar os interesses econômicos dos países fundadores e fortalecer sua capacidade de negociar em conjunto na ONU e seus diversos organismos.
 
Ainda em Cuba, Lula participará de reuniões bilaterais, uma delas com o presidente do país, Miguel Diaz-Canel. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a expectativa é de parcerias nas áreas de segurança alimentar, energias renováveis e biofarmacêutica. Esta é a primeira viagem oficial de um mandatário brasileiro ao país em nove anos. A última foi em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na capital cubana.
 
No domingo, o Presidente embarca para Nova York (EUA), onde faz o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima terça-feira (19). Será a oitava vez que o Presidente Lula irá abrir a Assembleia Geral da ONU. Nos oito anos em que governou o Brasil em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010.
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