30/08/2023 às 18h23min - Atualizada em 30/08/2023 às 18h23min

Fórum de dança no Centro Cultural São Paulo reflete sobre o protagonismo de pessoas idosas em cena e na vida

Promovido pelo Núcleo Tríade, o I Fórum | Corpos em Desaceleração reúne artistas, pesquisadores e pensadores refletindo sobre possibilidades de envelhecer que ultrapassem a ideia da juventude compulsória. O evento contará com uma jam session aberta para pessoas com idade a partir de 40 anos.

Redação
Núcleo Tríade celebra 15 anos com projeto que investiga diferentes processos de envelhecimento
 
Nos dias 02 e 03 de setembro de 2023, das 15h às 20h, com entrada gratuita, o TRÍADE (@nucleotriade), núcleo formado por Adriana Macul (@adrianamacul), Mariana Vaz (@maricota_vaz) e Mirella Marino (@mirellamarino), realiza o I Fórum | Corpos em Desaceleração, no Centro Cultural São Paulo, que fica na Rua Vergueiro, nº 1000 – Paraíso – São Paulo – SP.
 
Com uma programação que prevê trocas, debates públicos e apresentações, o Fórum Corpos em Desaceleração é uma oportunidade para expandir reflexões e dançar tantas inquietações em torno da temática do envelhecer. 
 
Através do Fórum, o TRÍADE pretende ecoar o debate acerca dos ganhos e perdas do contínuo processo de envelhecimento. Enquanto a juventude é usualmente vista não só como um período da vida, mas antes como “um valor” a ser alcançado eterna e continuamente, o envelhecimento - apesar de inevitável -, é visto como indesejável, ligado somente à deterioração e ao declínio do corpo e à incapacidade.
 
Celebrando 15 anos de pesquisa continua em dança, performance e intervenção urbana, o TRÍADE busca refletir sobre o tema através da dança, afinal, apesar das rupturas das danças contemporâneas, a dança cênica ocidental continua prioritariamente um campo de desfile de corpos jovens, potentes e flexíveis.
 
“Assim como não vivemos todos da mesma maneira, também envelheceremos de maneira plural, em termos de condições, privilégios e escolhas. Mas algo em comum é que, ao desacelerar, os corpos são – literalmente – tirados de cena. Essa supervalorização da juventude é corroborada, sendo prioritariamente um campo de desfiles de corpos jovens, virtuosos, elásticos, fortes e esbeltos. Mesmo nas danças contemporâneas nota-se que o corpo envelhecido tem pouco espaço nos palcos”, explica o TRÍADE.
 

De acordo com dados de uma pesquisa publicada pelo IBGE em 2022, nos últimos dez anos, no Brasil, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Uma mudança na estrutura etária da população brasileira que reflete a queda no número de jovens e o aumento no número de pessoas idosas. Já no cenário mundial, segundo a ONU, os idosos vão passar de 606 milhões para 1, 97 bilhão em 2050, quando haverá mais idosos do que crianças no mundo, o que corrobora a inevitabilidade e atualidade dessas questões. 
 
Diante da real evidência de que o mundo caminha para um futuro com uma população 60+ cada vez maior, o TRÍADE propõe-se a investigar os envelheceres, a passagem do tempo e a desaceleração dos e nos corpos. 
 
“A demografia comprova a celeridade de se trazer o tema para o cotidiano da sociedade e enfrentarmos tabus e preconceitos. Queremos refletir, dançar e publicizar os debates acerca dos ganhos e perdas do (inevitável) processo de envelhecimento”, comentam as artistas.
 
As ações fazem parte do projeto “TRIADE 15 anos | Corpos em desaceleração, contemplado pelo 33o edital de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo. Para promover uma imersão neste universo e refletir sobre o tabu do envelhecimento, a primeira etapa do projeto, contou com duas edições do “Laboratório Tiquetaque”, um laboratório sensível e criativo composto por jogos coreográficos participativos, rodas de conversa e atividades culturais com pessoas de 60+, 70+ e 80+, de onde inquietações potentes emergiram.
 
Foi criado um grupo de estudos sobre os “Temas da Gerontologia” e “Dançar os envelheceres: o corpo em desaceleração e as danças” e um grupo de artistas colaboradores, todos com data de nascimento em 1978 ou antes, que participarão de todas as ações do projeto, incluindo a Residência Artística Compartilhada Corpos em Desaceleração. Como produto dessa residência artística, em outubro de 2023, será realizada uma apresentação performática criada em conjunto.
 
Haverá ainda o “Café na Casa”, um encontro aberto ao público que será realizado no dia 23 de setembro, na Casa do Povo, uma criação inédita do TRÍADE e o lançamento do site comemorativo dos 15 anos do TRÍADE, previsto para a primeira quinzena de dezembro de 2023. 
 
Informações:  www.instagram.com/nucleotriade/
Teaser: https://youtu.be/v6AYBvWuPqY
 

Ficha Técnica 
Um projeto TRÍADE. Ideia e criação: Adriana Macul, Mariana Vaz e Mirella Marino. Artistas Colaboradores: Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra X. Pesquisadores e artistas convidados: Acácio Almeida, Ana Catarina Vieira, Érika Moura,Frank Ejara, Gal Martins, Helena Bastos, Helia Borges, Lu Favoreto, Luis Ferron e Paula Salles. Desenho Gráfico: Mirella Marino. Identidade Visual e Consultoria de Desenho Gráfico: Luciana Facchini. Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini. Mídias Sociais: Adriana Macul e Thalles Terencio. Produção: AnaCris Medina (Jasmim Produção Cultural). Assistente de Produção: Mariana Pessoa. Coordenação Geral: Mariana Vaz
 
Serviço:  I Fórum | Corpos em Desaceleração
Com Núcleo Tríade e pessoas convidadas
Onde: Centro Cultural São Paulo (Sala Adoniran Barbosa) – Endereço: Rua Vergueiro, nº 1000 – Paraíso – São Paulo – SP
Link para o formulário de inscrição para o fórum: https://forms.gle/tuVb3jJ1J6DnUyba7 
Entrada gratuita
 

Programação
Quando:
02 de setembro de 2023 (sábado)
15h – Abertura
15h30 às 17h30 – MESA 1 – Sobre os envelhe.seres
Mediação: Mirella Marino (TRÍADE)
Participantes: Prof. Acácio Almeida que é Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo – USP e Pós-doutorado pela Faculdade de Saúde Pública – USP. Foi Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da Universidade Federal do ABC (2018 a 2022); é professor no curso de Relações Internacionais (BRI/UFABC); coordenador do Observatório de Políticas Afirmativas - OPA/FONAPRACE; pesquisador associado ao Grupo de Antropologia da Comunicação da Université Félix Houphouët-Boigny (Côte d´Ivoire); membro colaborador da Cátedra Sergio Vieira de Mello (CSVM/UFABC).
Profa. Helia Borges: É professora da Faculdade Angel Vianna da Graduação, da Pós-Graduação em Terapia através do Movimento - Corpo e subjetivação, da Pós- Graduação em Preparação Corporal na Artes Cênicas e Professora Permanente do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional da Faculdade Angel Vianna - PPGPDAN. Organiza e realiza curadoria em eventos de arte da performance e dança. Possui três livros publicados: Movimento, o Corpo e a Clínica (2016); A Clínica Contemporânea e o abismo do Sentido (2019); Sopros da pele, murmúrio do mundo (2019).
 
18h às 20h – MESA 2 – Dançar os Envelheceres
Mediação: Adriana Macul (TRÍADE)
Participantes: Ana Catarina Vieira – Diretora Geral, fundadora, coreógrafa, pesquisadora e bailarina do “Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira” – Grupo Ana e Ângelo (desde 2000). Com “Ângelo Madureira” produziu, criou, montou e pesquisou mais de 30 espetáculos, trazendo o “Método Brasílica” (Balé Popular do Recife) para a cidade de São Paulo. Formada em Comunicação das Artes do Corpo (2014). Em 2019, idealizou o encontro entre a “Cia Cisne Negro” e a “Cia Pia Fraus” coreografando o espetáculo “Goitá” para a “Cia Cisne Negro” com direção artística de “Beto Andreetta”. Em 2020, estreou “Aparições” sua primeira criação para “São Paulo Cia de Dança”. Foi curadora pelo Itaú Cultural na Mostra intitulada de Corpo, Memória e Autoria (2012), Cultura Inglesa Festival (2013) e o projeto “A Casa do Outro”.
Gal Martins que é artista e pensadora em dança, Dr.h.c em Arte e Cultura, Gestora Cultural e Socióloga. Em 2002, criou a Cia Sansacroma, em 2016 criou a Zona Agbara, grupo de dança formado por mulheres negras e gordas. Criou a metodologia denominada “A Dança da Indignação”. Idealizadora do Circuito Vozes do Corpo. Atuou como curadora e assessora artística da 13ª do programa Dança Contemporânea do Sesc TV. Já recebeu várias indicações e contemplações ao Prêmio APCA e Prêmio Governador do Estado. Atua como Supervisora Artística Pedagógica do Programa Fábricas de Cultura.
Helena Bastos Artista do corpo, pesquisadora, docente do Departamento de Artes Cênicas/CAC da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Título de Livre Docente pela ECA/USP (2021). Dedica-se à pesquisa nos temas relacionados com processos coevolutivos entre corpo, arte, cognição e política tendo como ênfase a/o artista do corpo. Co-fundadora e diretora do Grupo Musicanoar (1992). Destaca-se projetos sob sua concepção, direção e atuação selecionados pelo Programa de Fomento à Dança (2009, 2010, 2012, 2014 e 2016), Prêmio Denilto Gomes (2017 e 2018), APCA (1993, 2001, 2006), Rede Stagium, Prêmio Flávio Rangel e Rumos Dança. Recentemente, sublinha-se projetos de pesquisa em parceria com o LADCOR do PPGAC/ECA-USP onde atua como coordenadora. Destaca-se ações com as artistas/pesquisadoras Alexandra Tavares (Abaixo da Superfície, 2023), Rebeca Tadiello (Estudo N1S23, 2023) e Vanessa Macedo (Bordados de Corpus nas Dramaturgias dos Corpos, 2021,2022,2023).
 
Quando: 03 de setembro de 2023 (domingo)
15h – Abertura 
15h30 às 17h30 – Roda de conversa: Dançar as articulações que enferrujam
Participantes: TRIADE + GRUPA colaboradores do projeto TRIADE (Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra Ximenes) + artistas da dança (Érika Moura, Paula Salles, Lu Favoreto, Frank Ejara, Luis Ferron) 
MEDIAÇÃO: Mariana Vaz (TRÍADE)
 
18h às 20h – JAM | Para dançar as articulações que enferrujam
Atividade aberta ao público 
Participantes: TRIADE + GRUPA colaboradores do projeto TRIADE (Fredy Cunha, Marco Xavier, Rose Prado e Sandra Ximenes) + artistas da dança (Érika Moura, Paula Salles, Lu Favoreto, Frank Ejara, Luis Ferron)
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